Jon Stewart despede-se do Daily Show em Agosto

Saída do mais influente programa de fake news do mundo fixada para o meio do Verão.

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Jon Stewart Olivier Douliery

A data para encerrar o longo capítulo da história do mais influente programa de fake news do mundo já está fixada: a 6 de Agosto termina o reinado de Jon Stewart à frente do Daily Show.

A informação foi dada pelo próprio na emissão de segunda-feira à noite, nos EUA, do programa. Desde 10 de Fevereiro, data do anúncio da saída do apresentador depois de 16 anos como rosto do programa da Comedy Central, que se especulava quando sairia o mordaz Stewart, que aos 52 anos decidiu pôr fim à etapa mais reconhecida sua carreira.

Depois, a 30 de Março, a Comedy Central revelou quem seria o seu substituto – um também semi-desconhecido (Stewart era um actor de comédia de perfil discreto e um comediante cujo circuito não era o do reconhecimento de massas) Trevor Noah. O sul-africano de 31 anos já teve a sua primeira polémica – tweets  satíricos entendidos como ofensivos para os obesos, os judeus e as pessoas transgénero, que levaram Stewart a sair em sua defesa. A data da sua entrada na nova fase do programa de sátira noticiosa não é ainda conhecida.

O Daily Show, que em Portugal é transmitido na SIC Notícias e na SIC Radical, é “o emprego mais perfeito do mundo”, como disse Stewart no passado fim-de-semana ao diário britânico The Guardian. “Mas já não estou a obter a mesma satisfação” ao fazê-lo, explicou o comediante. Não foi um momento, um choque, mas sim uma revelação ao longo do tempo, com alguns ciclos cada vez mais longos de insatisfação. “Não se trata de eu achar que o programa já não está a resultar, ou que já não sabia fazê-lo”, frisa.

Mesmo em vésperas de mais uma eleição presidencial nos EUA. Depois de ter visto Bush ser eleito e reeleito, de ter acompanhado a vitória de Barack Obama e também a sua reeleição e de ter vivido as várias campanhas e pré-campanhas – alguns dos pontos altos das “coberturas” do Daily Show, Jon Stewart diz que a de 2016 não o entusiasma particularmente. “Já cobri uma eleição [presidencial] quatro vezes e não me parecia que fosse haver alguma coisa loucamente diferente nesta”, explicou ao Guardian.

Ainda assim, a sua ausência de mais uma corrida à Casa Branca foi lamentada – tal como a sua saída, que obteve reacções mediáticas tais, revendo-se a sua carreira ao pormenor e elogiando-se a sua performance, que Stewart perguntou, na emissão seguinte do Daily Show “Eu morri?”. Um exemplo, na revista New Yorker: “A última esperança de trazer alguma racionalidade para o campo presidencial em 2016 morreu na terça-feira à noite quando Jon Stewart anunciou que iria sair do Daily Show”.

E as presidenciais do próximo ano são também um bom ponto de passagem de testemunho para o senhor que se segue. “Também senti que, para o programa, não era bom sair com o armário vazio. Por isso acredito que é uma introdução melhor quando se tem algo que nos fornece combustível, como uma campanha presidencial”, disse ao diário britânico sobre o que vai deixar em stock para Trevor Noah. 

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