Joaquim Bravo, de novo

Exposição no Teatro da Politécnica, em Lisboa, será a mais ampla desde a retrospectiva de 2000.

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A exposição que o Teatro da Politécnica vai dedicar a Joaquim Bravo incluirá 50 desenhos, muitos deles inéditos

Cinquenta desenhos, na sua maior parte inéditos, e algumas pinturas. Eis o que vamos poder ver em Joaquim Bravo, de Novo a partir de 11 de Fevereiro, na Sala das Janelas do Teatro da Politécnica, em Lisboa. Comissariada por Jorge Silva Melo e pelo artista Xana, a exposição, que promete ser a mais ampla depois da retrospectiva de 2000 no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, mostrará obras realizadas entre 1969 e 1989, um ano de grande produção que assinalaria o falecimento do artista.

“Quisemos voltar a ver os desenhos do [Joaquim] Bravo, há muito ausente dos circuitos expositivoe”, diz Jorge Silva Melo ao Ípsilon. “Ver de novo o que tanto nos surpreendeu quando foi descoberto pelo [António] Areal nos anos 60. E ver como renasceu nos anos 80/90, quando na EMI a Maria Nobre insistiu com ele, sempre novo. E mostrar de novo o que é novo."

Ainda é cedo para perceber se a exposição permitirá uma leitura inédita da obra de Joaquim Bravo. “Estivemos a ver as obras com a sua viúva e há milhares de desenhos que nunca foram expostos. Ainda estamos no início, a organizar o material”, revela Xana, que conheceu o artista nos anos 80. “Mas posso adiantar que vamos incluir uma pintura inédita, entre outras expostas anteriormente, e dos desenhos destaco uma série figurativa, dos anos 70, com referências ao real, o que não era frequente no seu trabalho. São figuras negras que podem invocar corpos humanos e vê-se a inscrição ‘Angola é deles’. No seu trabalho, nos anos 70, essas referências políticas não eram nada evidentes."

A complementar Joaquim Bravo, de Novo vai estar a edição, pela Midas Filmes, do documentário Joaquim Bravo, Évora, 1935, Etc, Etc, Felicidades, de Jorge Siva Melo. Para reavivar a memória.

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