Israel devolveu este domingo ao Egipto duas tampas de sarcófago com três mil anos que tinham entrado ilegalmente no país em 2012, afirmando que a repatriação destes artefactos milenares constituía um sinal da melhoria de relações entre os dois estados.

O ministério israelita dos Negócios Estrangeiros esclareceu que estas tampas de dois sarcófagos, que originalmente continham múmias, foram roubadas no Egipto e contrabandeadas para Jerusalém através de um estado do Golfo Pérsico. Uma das peças terá três mil anos e a outra entre 3400 e 3600 anos.

Segundo o director da unidade de prevenção de roubo de antiguidades da Direcção de Antiguidades do governo israelita, Eitan Klein, as duas tampas, em madeira decorada, terão sido saqueadas no chamado deserto da Líbia, que abrange o sudoeste do Egipto, e passaram pelo Dubai e por Londres antes de irem parar, em 2012, a uma loja de antiguidades de Jerusalém.

Ambas as tampas foram irremediavelmente danificadas, tendo sido cortadas ao meio, presumivelmente para facilitar o seu contrabando.

A equipa liderada por Klein confiscou as peças em 2012, mas o processo de devolução foi suspenso quando, nesse mesmo ano, o então governo islamista egípcio chamou de volta o seu embaixador em Israel. Só em Janeiro deste ano é que o Egipto, agora presidido pelo general Abdel Fattah al-Sissi, enviou um novo embaixador.

A entrega formal das tampas de sarcófago teve lugar no ministério israelita dos Negócios Estrangeiros, cujo director-geral, Dore Gold, afirmou na ocasião que esta devolução “é sobretudo simbólica da evolução das relações entre Israel e o Egipto”.

O embaixador egípcio, Hazem Khairat, acrescentou que os dois países estão ainda a trabalhar no processo de devolução de outras antiguidades, mas não especificou quais ou quantas peças reclamadas pelo Egipto estão na posse de Israel.