Intermitentes do espectáculo forçam acordo em França

Sindicatos e patrões chegam a acordo em Paris quanto ao acesso dos intermitentes do sector do espectáculo ao subsídio de desemprego.

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O Odéon foi ocupado no domingo, 24, e evacuado esta quinta-feira pela polícia AFP Geoffroy Van der Hasselt

Após uma maratona negocial de dez horas no Ministério do Trabalho francês, a maior federação sindical do sector do espectáculo, a CGT-Spectacle, e a principal organização patronal do país, a Medef, chegaram na quarta-feira à noite a um acordo de princípio quanto ao regime de acesso ao subsídio de desemprego para os trabalhadores intermitentes, que em defesa das suas reivindicações continuavam a ocupar simbolicamente várias salas de espectáculos em diferentes cidades, incluindo o Odéon – Théâtre de l'Europe, em Paris.

Denis Gravouil, secretário-geral da CGT-Spectacle, disse já que o acordo consagra “conquistas importantes”, como o direito a indemnização aos artistas e técnicos que tenham trabalhado um mínimo de 507 horas anuais. Uma fonte patronal não identificada, citada pelo jornal Le Monde, reconhece que o texto “é aceitável pelas diversas partes” e que traz “nítidas melhorias” à protecção social dos intermitentes do espectáculo, sublinhando que o consenso foi possível graças a “esforços recíprocos”, isto é com um aumento das contribuições tanto por parte dos patrões como dos trabalhadores.

A ministra da Cultura, Audrey Azoulaym já pediu à organização de intermitentes que está a liderar o movimento de protesto, a Coordination des Intermittents et Précaires (CIP), para pôr fim à ocupação das salas, mas a CGT-Spectacle apelou a que “a mobilização prossiga sob todas as formas” até a assinatura formal do acordo agora negociado, o que não impediu a polícia de evacuar já esta quinta-feira à noite os manifestantes que ainda se encontravam no Odéon – Théâtre de l'Europe.

Os protestos foram desencadeados pela proposta da Medef, que sugeria um aumento das quotizações dos intermitentes visando conseguir uma poupança de 185 milhões de euros até 2018, a abater a um défice acumulado no sistema que rondará os 950 milhões de euros. A CIP e os sindicatos do sector, mas também outras organizações sindicais, contestaram o excessivo esforço exigido aos trabalhadores.

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