Howard Jacobson e Ali Smith de novo na short list do prémio Man Booker

Na lista de seis finalistas do prémio que começou por ser só para literatura britânica, estão este ano dois norte-americanos e três escritores do Reino Unido.

Fotogaleria
Os seis livros candidatos deste ano Megan Taylor
Fotogaleria
Howard Jacobson, quando recebeu o Man Booker em 2010 REUTERS/Luke MacGregor
Fotogaleria
Os jurados do prémio da esquerda para a direita: Alastair Niven, Daniel Glaser, Sarah Churchwell, AC Grayling, Erica Wagner, Jonathan Bate Megan Taylor

Howard Jacobson e Ali Smith estão de novo na short list do prémio Man Booker. Na lista de seis ficcionistas divulgada esta terça-feira estão ainda Neel Mukherjee, Richard Flanagan, Joshua Ferris e Karen Joy Fowler – os dois últimos são os primeiros norte-americanos na selecção de seis candidatos ao prémio.

A britânica Ali Smith é candidata ao prémio com How to Be Both, em que cruza a história de uma adolescente que perdeu a mãe e a de Francesco del Cossa, pintor renascentista. É a terceira vez que Ali Smith aparece na short list do prémio Man Booker, desta vez com apenas mais uma mulher ao seu lado – Karen Joy Fowler. Howard Jacobson, também britânico, que já venceu o prémio em 2010 com A Questão Finkler (Porto Editora), volta a ser finalista desta vez com J, um romance distópico passado numa comunidade em que é proibido falar do passado. Dos repetentes, só David Mitchell não chegou à short list.

No primeiro ano em que escritores dos Estados Unidos puderam candidatar-se ao prémio – pela primeira vez podia concorrer qualquer livro de ficção escrito em inglês, desde que publicado no Reino Unido – dois norte-americanos chegaram aos seis finalistas: Joshua Ferris, com To Rise Again at a Decent Hour, em que Paul, um dentista de 40 anos, descobre que a sua identidade foi roubada na internet. E Karen Joy Fowler, também norte-americana, que escreveu We Are All Completely Beside Ourselves, romance vencedor do PEN/Faulkner Award for Fiction de 2014, em que a pequena Rosemary conta a história da sua família infeliz. As novas regras tornaram o prémio mais global, e no entanto afectaram de alguma forma a sua diversidade: na anterior selecção de 13, havia apenas três mulheres e nenhum autor africano ou indiano.

Na short list, perderam-se ainda os autores irlandeses, ficando o australiano Richard Flanagan, por causa do seu The Narrow Road to the Deep North, sobre os prisioneiros de guerra australianos que trabalharam nos caminhos de ferro da Birmânia durante a Segunda Guerra Mundial. Nascido em Calcutá, o britânico Neel Mukherjee, com The Lives of Others, é o único dos finalistas que não está editado em Portugal e escreve uma história sobre um activista político extremista em Bengala nos conturbados anos 1960.

“Tivemos um debate intenso para reduzir a lista a estes seis. É uma short list forte, provocadora e acredito que demonstra a densidade e garra da ficção contemporânea em inglês”, disse o presidente do júri, AC Grayling.

Cada um dos seis finalistas recebe 2 500 libras (cerca de 3 mil euros) e uma edição especial do seu livro nomeado. O vencedor, que será anunciado a 14 de Outubro, recebe 50 mil libras (cerca de 58 mil euros).
 
A vencedora de 2013 foi a neo-zelandesa Eleanor Catton, com o romance The Luminaries - que vai ser publicado este mês pela Bertrand-, no primeiro ano em que foram aceites escritores irlandeses e da Commonwealth. 

 

Notícia corrigida às 16h28

Sugerir correcção
Comentar