A data de tomada de posse ainda não é pública, mas a primeira reunião do conselho de administração da Wallace Collection com o seu novo presidente já está agendada: 28 de Janeiro.

Nomeado esta terça-feira pelo primeiro-ministro David Cameron para o cargo máximo de uma das mais importantes instituições museológicas britânicas, António Horta Osório, que há quatro anos está em Londres à frente do banco Lloyds, substitui a partir de Janeiro Sir John Ritblat, o empresário do sector imobiliário que ocupou o cargo durante uma década.

“Sinto-me imensamente privilegiado por ter a oportunidade de ser o presidente da Wallace Collection na próxima fase da sua evolução e por continuar o grande trabalho feito por Sir John, na década passada”, disse Horta Osório, citado num comunicado da instituição.

Durante o mandato de Ritblat foram concluídos vários projectos de reabilitação do edifício do museu, que foi construído no final do século XVIII e que, até a sua abertura ao público, em 1900, serviu de embaixada de Espanha e França bem como de residência dos marqueses de Hertford. 

O mesmo comunicado que cita Horta Osório diz durante os 10 anos do mandato de Ritblat o número de visitantes do museu aumentou em 80%, perfazendo o número recorde de 415 mil visitantes em 2013. E faz ouvir Ritblat: “Estou encantado por ver a Wallace Collection em tão boas mãos. Estou certo de que o meu sucessor se vai provar uma escolha exemplar e vai apreciar grandemente as suas funções neste museu glorioso.”

Com um acervo de mais de cinco mil peças, a Wallace Collection foi coligida ao longo de cinco gerações da família Hertford e doada ao Estado em 1897 pela viúva de Richard Wallace, filho ilegítimo mas herdeiro do 4º marquês de Hertford. Além de fundos importantes de arte francesa do século XVIII e de armas e armaduras reais, guarda obras de nomes como Rubens, Velázquez e Ticiano. Tem também núcleos importantes de cerâmica, escultura e mobiliário.     

O comunicado da instituição recorda o “sucesso” da forma como Horta Osório conduziu o Santander UK, onde esteve 17 anos. Presidente do Lloyds desde Março de 2011, é administrador e consultor em diversas instituições de ensino e culturais, entre elas a London Business School e o Museu Nacional de Arte Antiga.