Há um novo festival de teatro a nascer em Matosinhos

O primeiro Cena Contemporânea de Matosinhos em Português decorre de 18 a 30 de Setembro.

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Aldeotas, de Gero Camilo, abrirá o novo festival a 18 de Setembro

É com um espectáculo particularmente aclamado pela crítica brasileira – Aldeotas, de Gero Camilo, com encenação de Cristiane Paoli Quito, que recebeu o Prémio Shell por esta produção em 2004 – que abre a 18 de Setembro, no Cine-Teatro Constantino Nery, a primeira edição do Cena Contemporânea de Matosinhos em Português, um novo festival de teatro especialmente dedicado às artes performativas do espaço lusófono. Até 30 de Setembro, o festival, que homenageia a actriz e encenadora Fernanda Lapa, festejando os seus 50 anos de carreira, receberá mais um espectáculo brasileiro, Deus lhes dê em dobro, de Creuza F Borges, assim como uma série de espectáculos portugueses e de mesas-redondas, com destaque para a participação do escritor angolano Ondjaki.

Além de dois espectáculos já estreados em Almada – Um Dia os Réus Serão Vocês: O Julgamento de Álvaro Cunhal, pela Companhia de Teatro de Almada, e Los Negros e Os Deuses do Norte, criação de João Garcia Miguel  –, o Cena Contemporânea de Matosinhos apresentará em primeira mão O meu país é o que o mar não quer, performance autobiográfica de Ricardo Correia sobre a geração dividida entre emigrar ou ficar, e Breviário Gota D'Água, encenação da directora do festival, Luísa Pinto, a partir da histórica transposição de Eurípides para uma favela carioca (com Oduvaldo Vianna Filho, Chico Buarque e Paulo Pontes em cima...), a apresentar ainda em formato de ensaio aberto. Em vez do submundo do Rio de Janeiro, a versão que o festival antestreará terá como cenário um bairro degradado do Porto.

A fechar o Cena Contemporânea, um espectáculo de rua, Cidade Encantada juntará vários grupos de teatro amador de Matosinhos para comemorar os 500 anos da atribuição do foral à cidade – uma peregrinação por lugares e personagens (António Nobre, Florbela Espanca, Passos Manuel, Guilhermina Suggia) do imaginário colectivo local, que contará com mais de cem participantes.

 

 

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