Gruta de Altamira vai continuar a receber visitas experimentais

Investigação conclui que visitas semanais limitadas a seis pessoas não têm um impacto relevante no estado das pinturas rupestres.

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A administração do Museu Nacional e Centro de Investigação de Altamira decidiu prolongar até Fevereiro de 2015 o programa de visitas experimentais às pinturas paleolíticas da gruta de Altamira.

Uma vez por semana, tal como vinha sucedendo desde Fevereiro deste ano, cinco pessoas, escolhidas por sorteio, terão o privilégio de visitar a gruta, acompanhadas de um guia e devidamente equipadas com gorro, máscara, luvas, e calçado especial.

A decisão foi agora anunciada pelo presidente da região autónoma da Cantábria, Ignacio Diego, e pelo secretário de Estado da Cultura do governo espanhol, José María Lassalle. No prolongamento deste período experimental de visitas pesaram as conclusões de uma investigação dirigida pelo engenheiro químico francês Gaël de Guichen, ex-responsável pela conservação da gruta de Lascaux, que indica que este primeiro semestre de visitas condicionadas teve “um impacto mínimo” nas pinturas rupestres e que o estado da gruta, classificada como património da humanidade em 1985, é “frágil mas estável”.

O modelo de visitas voltará a ser equacionado em Fevereiro de 2015, e o actual Plano de Conservação Preventiva prolongar-se até Setembro de 2017 e continuará a ser financiado pelo Ministério da Cultura, assegurou José María Lassalle, afirmando que as investigações em curso contribuem para a conservação de “uma das jóias do património cultural do nosso planeta”.

Já o presidente da Cantábria, citado pelo diário espanhol El Pais, manifestou o desejo de que a constatação de que estas visitas experimentais não tiveram um impacto significativo na arte rupestre de Altamira possa vir a sustentar um “regime de acesso” que permita “sociabilizar este património único”.

Aberta ao público em 1917 e declarado monumento nacional em 1924, a gruta de Altamira atingiu picos de visitantes nos anos 60 e 70 do século XX, recebendo quase 200 mil pessoas por ano. Desde essa época, e perante a evidência de que o excessivo número de visitantes estava a alterar o microclima da caverna e a deteriorar as pinturas, o acesso começou a sofrer restrições várias, até que a gruta foi mesmo fechada ao público, em 2002, ao mesmo tempo que se criava uma réplica do conjunto, a chamada Caverna Nova de Altamira.

 

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