Fundação Museu do Douro liderada por Fernando Pinto até à alteração estatutária

Novo presidente substitui no cargo Elisa Babo, que se demitiu em desacordo com as decisões do Governo relativas à instituição duriense.

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O Museu do Douro tem sede no Peso da Régua Manuel Roberto

A Fundação Museu do Douro (FMD) vai ser presidida por Fernando Pinto até à tomada de posse dos novos órgãos sociais, que serão designados após uma alteração estatutária que está a ser muito criticada na região.

A aplicação da lei-quadro das fundações vai transformar a FMD, actualmente de direito privado, numa fundação pública de direito privado, com um modelo de gestão idêntico ao dos institutos públicos.

A FMD, criada em 2006, esteve incluída na lista de extinções anunciada pelo Governo PSD/CDS, acabou por manter a sua actividade, mas tem de proceder a uma revisão estatutária para se adaptar à nova lei-quadro das fundações que está em vigor desde 2012.

Em desacordo com esta imposição do Governo, a anterior presidente do conselho de administração da FMD, Elisa Babo, pediu a sua demissão ao secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

Agora, segundo anunciou esta terça-feira a FMD, até à tomada de posse dos novos órgãos sociais, que serão designados após aprovação e publicação dos novos estatutos, é Fernando Pinto que assume a presidência do conselho de administração.

Fernando Pinto era o vice-presidente mais antigo deste organismo que gere o Museu do Douro, instalado no Peso da Régua. Este responsável está ligado ao sector vitivinícola, tendo estado à frente da União das Adegas Cooperativas da Região Demarcada do Douro (UniDouro) e das Caves Vale do Rodo.

A seu lado, o dirigente vai ter como vice-presidentes Nuno Gonçalves, presidente da Câmara de Peso da Régua, e António Saraiva, administrador da Rozès e presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), que no último conselho de fundadores contestou a alteração importa à FMD.

Esta alteração estatutária levou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, a ameaçar abandonar a FMD. "Face a este ataque sem precedentes às instituições da região, a Câmara Municipal de Vila Real irá nos próximos dias ponderar muito seriamente a sua saída da FMD", afirmou recentemente o autarca aos jornalistas.

Na sua opinião, se a "fundação passar a instituto público, isso significa que o Estado, de forma central, decidirá o que se passará na fundação", o que se traduzirá numa "perda completa de autonomia", já que "as autarquias e os privados nada estarão a fazer na FMD".

A Câmara de Vila Real contribui com 15 mil euros anuais para o orçamento da Fundação Museu do Douro.


 

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