Festival de Veneza solidariza-se com realizadores presos por regimes políticos

A realizadora iraniana Mohnaz Mohammadi e o realizador ucraniano Oleg Sentsov estão presos por lutarem nos seus países pelos direitos humanos.

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Durante o festival vai ser lançada uma petição a pedir a liberdade dos cineastas AFP

Cadeiras vazias para lembrar que ali deviam estar pessoas sentadas. Pessoas que não puderam viajar. Pessoas que lutam nos seus países contra os regimes políticos impostos. O Festival de Cinema de Veneza fez questão de marcar assim a ausência da realizadora e actriz iraniana Mohnaz Mohammadi e do realizador ucraniano Oleg Sentsov, ambos presos por lutarem pelos direitos humanos nos seus países.

Tudo aconteceu na quarta-feira na conferência de imprensa de abertura do aclamado festival. Em forma de protesto, o júri da competição, presidido pelo compositor Alexandre Desplat, decidiu deixar duas cadeiras vazias para lembrar que nem Mohnaz Mohammadi nem Oleg Sentsov estavam no festival por questões políticas. Ao mesmo tempo, a organização do festival pediu a libertação dos dois cineastas.

Mohammadi, que há anos dá a cara pelos direitos das mulheres no Irão, está presa desde o dia 7 de Junho. Foi condenada a cinco anos de prisão, acusada de pôr em perigo a segurança nacional ao fazer propaganda contra o governo iraniano. Alberto Barbera, director do Festival de Veneza, lembrou nesta ocasião o estado de saúde da iraniana, temendo que esta não seja capaz de aguentar a prisão. “Há um nível alto de preocupação pelo seu estado na comunidade internacional do cinema”, disse Barbera à Variety.

Já Sentsov foi preso em Maio pelos serviços de inteligência russos, que acusam o realizador ucraniano de actos terroristas. Oleg Sentsov, que se opôs à anexação da Crimeia, onde vivia antes de ser preso, nega as acusações. Espera agora julgamento, numa prisão de Moscovo, enfrentando uma pena de 20 anos.

“Infelizmente ainda há regimes no mundo que cometem actos terroristas contra os cidadãos que lutam pelos direitos humanos e pela liberdade”, disse Barbera na conferência de imprensa, anunciando ainda que durante o festival será lançada uma petição a pedir que os dois realizadores sejam libertados.

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