Depois de Robert De Niro e de Michael Moore, na área do cinema, e de Katy Perry e Jennifer Lopez, na música, é agora a vez de Eminem, o branco mais representativo do universo do hip-hop americano, vir fazer também coro contra a candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

De forma perfeitamente inesperada, o intérprete de The monster quebrou, esta quarta-feira, um silêncio prolongado divulgando através do seu site e no YouTube o seu "discurso de campanha" (Campaign speech), uma espécie de manifesto político sobre a situação do país, onde não esquece a candidatura presidencial de Trump.

Talvez não inocentemente lançado no dia em que se ia realizar o terceiro e último debate televisivo entre Donald Trump e Hillary Clinton, Campaign speech associa as críticas ao candidato pelo Partido Republicano com a referência a outros temas quentes da vida social e política americana dos últimos tempos, nomeadamente as mortes de cidadãos negros às mãos da polícia, e a defesa da causa Black Lives Matter.

A dado passo neste monólogo sobre um fundo musical, num rap de estilo muito livre que dura quase oito minutos, Eminem dispensa a Trump estas palavras (em tradução muito livre): “Podes achar que eu sou um homem perigoso, mas devias era temer este maldito candidato. Dizes que Trump não beija rabos como um fantoche, só porque financia a campanha com o seu próprio dinheiro. É isso que queres? Uma porcaria de um canhão por aí à solta com o dedo sobre o botão [nuclear], e que acha que não tem que dar satisfações a ninguém? Grande ideia!”…

No site do músico (e actor), é também anunciado que está a preparar um novo álbum, mas sem qualquer referência a título ou data de lançamento. A confirmar-se, será o regresso à ribalta do rapper nascido em Detroit há 44 anos, após o silêncio a que se remeteu depois da saída de The Marshall Mathers lp2, o seu disco anterior, lançado em 2013. Foi o oitavo álbum de uma carreira iniciada em 1996, com Infinite, e recheada de êxitos, entre os quais a conquista de vários Grammys.