Elogios à mulher, à indústria e ao criador encerram Portugal Fashion no Porto

Desfile de Fátima Lopes encerrou a 35.ª edição do Portugal Fashion, por onde passaram cerca de 30 mil pessoas. Organização diz que este é o “único evento de moda verdadeiramente nacional”.

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Preparação e desfile de Nuno Baltazar Nelson Garrido
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Nuno Baltazar Nelson Garrido
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Carlos Gil PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA
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Fátima Lopes PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA
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Luís Buchinho PORTUGAL FASHION / UGO CAMERA
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Dias de Verão, roupas frescas mas contidas. Neste sábado o Porto despediu-se do 35.º Portugal Fashion, que recebeu cerca de 30 mil pessoas em seis locais diferentes. Uma edição marcada pelo regresso de Nuno Baltazar à passerelle do Norte – que frisa, mais uma vez, que não trocou a ModaLisboa pelo Portugal Fashion.

A noite caiu com as mulheres de Nuno Baltazar a estrear o claustro do Mosteiro de São Bento da Vitória, um dos mais importantes edifícios religiosos do Porto, como local de desfiles. Luzes vermelhas, num ambiente escuro mas intimista, deram lugar a mulheres fortes, provocantes e determinadas, vestidas com uma paleta de cores que variou entre preto, branco, vermelho e rosa forte.

O criador quis reavivar a actriz Brigitte Bardot no filme O Desprezo (1968), de Jean-luc Godard, e frisar que a mulher que veste a sua marca tem várias personagens e várias silhuetas – umas mais fluidas, outras mais anatómicas – e merece ser celebrada e elogiada. “Nenhuma mulher é como um mar plano, há ondulações, há dias em que está transparente”, explica. Apesar de prometer estar presente no Porto na próxima estação, Baltazar diz que este regresso não é uma “transferência definitiva” e que foi feito com muita ansiedade e nervosismo. “Fui bombardeado com perguntas sobre como ia ser”, diz, o que criou “expectativas altas”.

Horas antes, Luís Buchinho inaugurava o último dia de desfiles no Conservatório da Música do Porto, num corredor pintado no mesmo tom verde água em que desponta a sua colecção Happy Hour, apresentada em Paris. Mas aqui, na primeira apresentação em Portugal, revelou mais três coordenados.

Ao fim da tarde, ainda com temperaturas de Verão no exterior, Carlos Gil, que se estreou na última edição da ModaLisboa mas apresenta no Portugal Fashion desde 2009, trouxe Match Point, uma linha de casual wear, à passerelle da Alfândega do Porto. Já o designer Miguel Vieira apresentou homem e mulher juntos, levando o estilo desportivo às suas propostas através da troca dos saltos das manequins por ténis e acrescentando mochilas brancas aos coordenados.

O cair do pano – e do tecido – chegou com as modelos em fato de banho e decotes vertiginosos nas costas de Fátima Lopes, que utilizou crochet, seda, cabedal fino, lãs, renda e algodão numa colecção comercial, a sua “favorita dos últimos dez anos”. Pelo meio, nove marcas de vestuário, seis de calçado e quatro escolas de moda também tiveram honras de desfile.

Sem contratações milionárias
Em quatro dias, o Portugal Fashion foi palco de 33 desfiles, alternando entre jovens criadores, veteranos e indústria. “O nosso objectivo é promover negócios e sinergias entre a moda de autor e a indústria”, lembra João Rafael Koehler, que além de presidente da Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE), a entidade organizadora do evento, acumula este ano o cargo de director do Portugal Fashion.

Koehler realça que o Portugal Fashion “tem crescido muito, ao contrário da ModaLisboa” e considera que o financiamento através do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) no âmbito do Programa Compete – Programa Operacional Factores de Competitividade, “diz muita coisa”. “É o único evento de moda verdadeiramente nacional”, diz sobre o Portugal Fashion, salientando que não se revê nas declarações de Eduarda Abbondanza, directora da Associação ModaLisboa, que falou da canibalização entre plataformas e comparou as transferências de designers de um evento para outro às mudanças que acontecem com os jogadores de futebol - que habitualmente envolvem milhares de milhões de euros. “Não temos dinheiro para contratações milionárias, quem está aqui, está de livre vontade”, afiança, sem mencionar nem o nome de Luis Buchinho, que acumulava presenças nos dois eventos de moda e este ano escolheu só o Porto, nem o de Nuno Baltazar.

“Num momento de constrangimento financeiro em Portugal, acho que faz mais sentido uma plataforma orientada para o negócio, como a nossa, do que a ModaLisboa, que não traz mais-valias para o país”, diz, apontando que o Portugal Fashion traz mais jornalistas internacionais, buyers, directores de shoppings e promove negócio – nesta edição, a comitiva de jornalistas estrangeiros e agentes de compras ultrapassou os 100 elementos.

Para a próxima edição, que começa a ser delineada a partir da próxima segunda-feira, o objectivo é uma mudança de calendário. “O Portugal Fashion está a acontecer demasiado tarde. Começámos há um mês em Viena e Londres, depois Paris e entretanto houve a ModaLisboa. Não quisemos coincidir os eventos mas faz sentido o Portugal Fashion acontecer mais cedo, logo a seguir às modas internacionais”, remata o responsável.

Segundo a organização, o Portugal Fashion tem um orçamento de 700 mil euros para cada edição, garantidos até 2015 pelos quadros comunitários. 

O alojamento da jornalista foi oferecido pelo Portugal Fashion

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