Campos e Cunha: “É impossível o CCB funcionar com a qualidade que tem tido”

Economista diz que ministra das Finanças e secretário de Estado da Cultura devem criar uma excepção para o Centro Cultural de Belém.

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Luís Campos e Cunha Pedro Martinho

Segundo o economista Luís Campos e Cunha, que desde 2012 faz parte do conselho directivo do Centro Cultural de Belém (CCB), a perda de autonomia financeira e as restrições impostas à gestão do centro pela reclassificação do INE são “enormes” e com consequências graves para o funcionamento da instituição.

Sujeito à actual regulamentação do perímetro de consolidação orçamental do Estado, o CCB “seria muito difícil de gerir”: “Há um conjunto de restrições enormes do ponto de vista da gestão que tornariam impossível o CCB poder funcionar com a qualidade que tem tido até agora”, disse Campos e Cunha ao PÚBLICO na tarde desta quarta-feira.

O economista sublinha, no entanto, que “depende da ministra das Finanças e do secretário de Estado da Cultura quererem ou não dar mais autonomia ao CCB”.

Segundo Campos e Cunha, a reclassificação do INE pode ser contornada. Maria Luís Albuquerque e Jorge Barreto Xavier “podem criar uma excepção, uma lei própria, no sentido de o CCB continuar a ser gerido com alguma autonomia”.

António Lagarto, presidente da Escola Superior de Teatro e Cinema e também membro do Conselho Directivo do CCB, fala num "retrocesso lamentável": a perda de autonomia financeira do CCB seria "não perceber o valor de uma instituição daquela dimensão e com aquele impacto na cidade". Largarto ressalva, no entanto, que a nomeação de António Lamas para a presidência do CCB pode ser um sinal positivo: "Não acredito que o Lamas fique refém de muitas imposições superiores. Espero que seja um bom presságio."

 

Notícia actualizada às 19h35: acrescentadas as declarações de António Lagarto 

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