Dona Onete traz os ritmos do Pará a Braga e Loulé

Cantora do Pará apresenta esta quarta-feira no Theatro Circo e um dia depois no Festival MED o seu mais recente disco, Banzeiro.

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Dona Onete, carimbó com chamego DR

Sabe o que é o carimbó e o banguê? Dona Onete explica, a cantar. Nascida em 1938, no Brasil, em Cachoeira do Arari, estado de Belém do Pará, apresenta hoje e amanhã em Portugal — respectivamente no Theatro Circo, em Braga, e no Festival MED, em Loulé — o seu mais recente disco, Banzeiro.

Mas não se pense, dada a idade (tem agora 77 anos), numa longa carreira. Ionete da Silveira Gama, é esse o seu nome, dedicou quase toda a sua vida à cultura, chegando a ser secretária de Cultura e professora de História e Estudos Paraenses em Igarapé-Miri, para onde se mudou após viver em Belém do Pará. Ali, segundo o Dicionário Cravo Alvim, fundou e organizou grupos de danças folclóricas e agremiações carnavalescas.

No entanto, a sua estreia como cantora (é também compositora e poeta) foi tardia, gravando em 2012, por impulso do grupo musical Coletivo Rádio Cipó, um primeiro disco com ritmos tradicionais paraenses, a que chamou Feitiço Caboclo. Nos palcos, abriu concertos de artistas como Vanessa da Mata, Otto ou Naná Vasconcelos.

Ao carimbó, ritmo tradicional paraense, deu-lhe um cunho mais lento e romântico, e por isso ficou conhecida no Brasil como “diva do carimbó chamegado” (“chamego” é algo como namoro, sedução, atracção sexual). Já o banguê, ou dança dos engenhos, é um ritmo mais frenético que nasceu após a abolição da escravatura no Brasil, entre os escravos da ilha de Marajó. Dona Onete também se inspirou nele para compor o seu repertório.

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