“Não há uma língua portuguesa, há línguas em português”. Esta afirmação de José Saramago abre o alinhamento de depoimentos do documentário Línguas-Vidas em Português, realizado por Victor Lopes, em 2001, e que esta terça-feira à tarde, às 18h30, é exibido no Fórum Lisboa (antigo Cinema Roma).

A sessão, com entrada livre, é promovida pela Assembleia Municipal de Lisboa e pela Academia Portuguesa de Cinema, e surge integrada no programa que vem assinalando os 800 anos da língua portuguesa.

Em Línguas-Vidas em Português, Victor Lopes, um cineasta moçambicano de nacionalidade portuguesa mas radicado no Brasil há vários anos, recolhe depoimentos de falantes da língua portuguesa fixados em Portugal, no Brasil e em Moçambique, mas também na Índia, no Japão e em França, que testemunham as suas vivências e culturas. Entre eles surgem, para além no Nobel português, outras figuras das letras e das artes de países de língua oficial portuguesa, entre os quais o escritor João Ubaldo Ribeiro e o cantor e compositor Martinho da Vila, ambos do Brasil, a cantora Teresa Salgueiro (ex-Madredeus), ou o escritor moçambicano Mia Couto. O Prémio Camões 2013 considera que “a língua portuguesa é das línguas europeias com maior vivacidade”, justificando a sua observação pela importância do Brasil, que faz com que a nossa língua seja actualmente falada por cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo.

Línguas-Vidas em Português documenta essa realidade e reconstitui a história da língua portuguesa desde que ela foi registada pelo testamento de D. Afonso II (datado de 27 de Junho de 1214) – que o PÚBLICO ofereceu aos seus leitores no passado dia 27, ao mesmo tempo que mobilizou uma comunidade de 24 jornais dos sete países de língua oficial portuguesa a abordar, nas suas páginas, a situação da nossa língua no mundo.