Documentário de Margarida Leitão premiado em Turim

Gipsofila, filme "familiar" sobre a avó da cineasta estreado em Abril no IndieLisboa, teve o prémio especial do júri do festival italiano.

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Gipsofila foi inteiramente rodado na casa da avó da cineasta
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"Sempre gostei de usar reflexos e espelhos nos meus filmes, é uma obsessão minha", diz Margarida Leitão DANIEL ROCHA

Margarida Leitão (Lisboa, 1976) trouxe um prémio especial do júri da 33.ª edição do Torino Film Festival: Gipsofila, o filme que fez com a avó, saiu este sábado distinguido da competição internacional de documentário do festival italiano. O júri da secção, constituído pela crítica montenegrina Maja Bogojevic e pelos realizadores Leonardo Di Costanzo e Marie Losier, viu em Gipsofila "um retrato tocante e afectuoso da avó da autora e do seu relacionamento com a neta que ilustra, com um humor soberbamente multifacetado, histórias de contrastes, aventuras, laços e incompreensões entre mulheres de três gerações diversas", e quis elogiar a "cândida sinceridade" da "abordagem documentarística minimalista", filiação "cinéma vérité", da "madura cineasta" portuguesa. O prémio principal da secção, no valor de cinco mil euros, foi para Fi Rassi Rond-Point, do argelino Hassen Ferhani, que filmou um matadouro, "lugar de trabalho duro e de morte" com "delicadeza, ironia e calor humano".

Rodado em casa da avó da cineasta, Gipsofila documenta a rotina das duas, fechadas nesse espaço: "Sinto mesmo uma projecção minha nela e dela em mim. Não tenho outra relação assim. Com ela é que há este espelho. Sempre gostei de usar reflexos e espelhos nos meus filmes, é uma obsessão minha. Se calhar agora é um espelho mais humano. Fui à procura do meu reflexo", explicou Margarida Leitão ao Ípsilon em Abril, quando o documentário teve a sua estreia no IndieLisboa. A exibição de Gipsofila em Turim constituiu a estreia internacional deste filme que é também a tese de mestrado da cineasta.

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