Direcção-Geral do Património lança concurso para hotel no Mosteiro de Alcobaça

Será para um hotel de charme com cerca de 80 quartos.

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Mosteiro de Alcobaça Nuno Ferreira Santos

O concurso público para a concessão do Claustro do Rachadouro, no Mosteiro de Alcobaça, vai ser aberto na próxima semana, visando atrair um investimento de 15 milhões de euros na criação de um hotel de charme.

O concurso será “publicado em Diário da República na próxima semana” , anunciou este sábado o subdirector do Património Cultural, João Carlos Santos, durante uma visita ao Mosteiro de Alcobaça onde está prevista a construção de um hotel “com cerca de 80 quartos”.

O concurso “limitado por prévia qualificação” determina que os potenciais interessados na concessão do claustro e jardins envolventes apresentem “uma proposta concreta, do ponto de vista arquitectónico”, para a instalação do hotel que deverá ter “quatro ou mais estrelas” e que a Direcção-Geral do Património e Cultura (DGPC) estima que implique “um investimento de cerca de 15 milhões de euros”.

De acordo com o mesmo responsável, a DGPC acredita que “no início de 2016 se esteja em condições de assinar contrato” com os potenciais investidores do projecto que deverá criar “cerca de 70 postos de trabalho directos”.

O anúncio do lançamento do concurso público, há vários anos aguardado pela autarquia, foi considerado pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, “um grande contributo para alargar as possibilidades de fruição deste monumento [Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça] por um leque cada vez maior de pessoas”.

Para o secretário de Estado, o mosteiro, fundado em 1153 e desde há 25 anos classificado como Património da Humanidade, conhece hoje “novos desafios” para a “reutilização condigna” do espaço que já foi local de acolhimento de monges cistercienses, asilo e biblioteca, entre outras utilizações.

“Reconhece-se, na actualidade, que a melhor forma de obstar a ruína dos edifícios, é a de lhes conferir um uso compatível com o seu destino inicial”, ou seja,  no caso, a hospedagem, agora não de monges, mas de turistas.

O anúncio do concurso para a concessão do claustro antecedeu a inauguração da requalificação da “levada”, uma zona de cerca de 700 metros ao longo do rio Alcoa em que foi recuperada parte do sistema hidráulico dos monges cistercienses. E a inauguração do Jardim do Amor, uma iniciativa do município que criou, na confluência dos rios Alcoa e Baça, situada nos jardins da Biblioteca Municipal, “um espaço de lazer onde se dá lugar ao amor”, explicou o presidente, Paulo Inácio.


Nas paredes da confluência dos dois rios foram embutidos 700 pequenos cofres onde serão guardadas dedicatórias ou juras de amor e amizade, num projecto que envolve os comerciantes locais, em cujos estabelecimentos estará à venda um ‘kit’ que inclui duas chaves, um conjunto de amostras dos sabores do concelho (ginja e maçã) e um pequeno papiro onde se poderá escrever a dedicatória que ali poderá permanecer por um prazo de três anos.

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