Na sua quinta edição, a Bienal da Arte Jovem de Moscovo, vai contar pela primeira vez com a presença de dois artistas portugueses. Mariana Silva (Lisboa, 1983), vencedora no ano passado do Prémio Novos Artistas Fundação EDP, e Diogo Evangelista (Lisboa, 1984) nomeado em 2015 para o prémio Sonae Art, foram seleccionados por João Laia, comissário português radicado em Londres, para integrar Hyperconnected, umas principais exposições do certame.

Mariana Silva apresenta uma peça que consiste numa reconfiguração do trabalho vencedor do Prémio Novos Artistas Fundação EDP, enquanto Diogo Evangelista exibirá Volunteers, uma instalação inédita. Feita de superfícies translúcidas, luz azul e uma enigmática imagem fixa, este trabalho pretende confrontar o espectador com os efeitos da mediatização do quotidiano na construção da realidade.

Já o projecto do comissário português explora o modo como a arte contemporânea tem lidado com as relações entre sujeito e objecto e a distinção entre natureza e cultura, no âmbito da crise da modernidade e dos significados que associamos ao conceito de Antropoceno. Evitando leituras apocalípticas ou visões utópicas, os trabalhos expostos propõem outras formas de pensar a nossa condição e o futuro que se vai anunciando, impelido pela tecnologia e a acção humana. A bienal, que se realiza no Museu de Arte Moderna de Moscovo, em Ermolayevsky Pereulok, reúne este ano, na capital russa, à volta de 87 artistas.