Delfim Sardo entre os finalistas à direcção do Pompidou-Metz

Até ao final de Outubro deverá saber-se qual dos 11 candidatos da segunda e última fase de selecção ficará à frente do centro.

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Aos 52 anos, Delfim Sardo é um de apenas dois candidatos estrangeiros ao cargo Nuno Ferreira Santos

Tem um orçamento de 12 milhões de euros e cerca de 350 mil visitantes anuais: o Pompidou-Metz, a extensão do Centro Georges Pompidou na capital da província da Lorena, deverá anunciar até ao final do mês o nome do seu novo director. O crítico e curador de arte contemporânea português Delfim Sardo está entre os 11 finalistas da segunda e última fase de selecção, numa lista de candidatos maioritariamente feminina, com uma média de idades de 48 anos e de que fazem parte profissionais como Françoise Cohen, da Fundação Vuitton, Michel Bouhours, em tempos à frente do Novo Museu Nacional do Mónaco, e Emma Lavigne e Angela Lampe, ambas curadoras do Pompidou.

Completam a lista Nathalie Filser, directora da escola superior de artes da Lorena, Hélène Guénin, que já trabalhou no Fundo Regional de Arte Contemporânea (Frac) da Lorena, Florence Derieux, directora do Frac Champagne-Ardennes, Marc Donnadieu, do museu de arte moderna e contemporânea LaM, de Villeneuve-sur-Ascq, Pascal Pique, do museu de arte moderna e contemporânea Abattoirs, de Toulouse, e o belga Emmanuel Lambion, crítico e curador independente ligado à plataforma Komplot e o único estrangeiro para além de Delfim Sardo.

Delfim Sardo tem 52 anos e entre 2003 e 2006 foi director do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém – hoje Museu Berardo. Mais recentemente foi coordenador executivo da comissão instaladora do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, onde é professor de História da Arte Moderna e Contemporânea, e comissário geral da edição de 2010 da Trienal de Arquitectura de Lisboa.

Ao PÚBLICO, Sardo recusou comentar o projecto com que se candidatou ao cargo. Apenas o caderno de encargos do concurso é público. Nesse documento, que traça as linhas gerais por que se deve pautar a direcção, enumeram-se os "quatro pilares sobre que repousa a programação do Pompidou-Metz": "Fazer descobrir a criação artística sob todas as suas formas; dar chaves de leitura sobre a história da arte desde 1905 (ponto de partida da colecção do Centro Pompidou) até aos nossos dias; tocar e convidar o espectador a apreender o mundo de diversas formas graças à arte; alargar a frequência a novos públicos".

De forma a perseguir estes objectivos, o Pompidou-Metz, diz o mesmo documento, deverá desenvolver a sua programação em três eixos: com exposições temporárias não só de artes plásticas, mas também de design, arquitectura e cinema; uma programação paralela pluridisciplinar de espectáculos, filmes e conferências; uma programação específica de espectáculos e ateliers destinados à iniciação artística de crianças e adolescentes.

Ainda segundo o caderno de encargos, o programa do Pompidou-Metz deverá assentar sobre dois grandes tipos de exposições – temáticas, propondo uma releitura da história da arte, e monográficas, dedicadas a grandes figuras – e garantir uma "rotação regular e dinâmica" de exposições temporárias fundadas dos acervos do Pompidou.

Laurent le Bon, que fez a abertura do centro em Maio de 2010, tendo assegurado a direcção ao longo dos últimos quatro anos, sai para o Museu Picasso, em Paris. Metz, que fica a pouco mais de 300 quilómetros de Paris, fica também a pouco mais de 200 quilómetros da cidade alemã de Karlsruhe, com as suas conceituadas escolas de artes e o ZKM, com os seus dois museus e três centros de investigação de artes e novos media.  

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