Delegação europeia visita Chapitô para saber como a instituição "leva a cidadania às pessoas"

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Teresa Ricou lamentou que em Portugal o tecido empresarial não tenha compreendido a importância do mecenato cultural e social João Matos (arquivo)

Uma delegação de representantes de um fundo europeu que dá apoio a Organizações Não Governamentais (ONG) visitou esta manhã o Chapitô, que com o projecto "Arte de Viver" pretende "através da cultura levar a cidadania às pessoas".

"O Chapitô candidatou-se, apresentou um excelente projecto e cá o temos a levar a cidadania às pessoas através da cultura", disse à Lusa a presidente da Comissão para a Igualdade de Género, Elza Pais.

Esta manhã, vários responsáveis de entidades que promovem políticas de igualdade de género e incentivo ao diálogo intercultural visitaram o espaço do Chapitô, em Lisboa, para conhecer de perto a realidade e o trabalho da instituição contemplada com um apoio de 60 mil euros através do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (MFEEE), um fundo apoiado pela Noruega.

A secretária de Estado dos Assuntos Europeus da Noruega, Elizabeth Walaas, e a embaixadora do Reino da Noruega em Portugal, Inga Magistad, regresentantes do MFEEE, elementos do Ponto Focal Nacional e da Entidade Intermediária de Gestão, a da CIG - Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, integraram esta delegação.

Guiada pela directora do espaço, Teresa Ricou, a comitiva conheceu as instalações da única escola a formar artistas de circo em Portugal, o espaço residencial destinado a acolher jovens problemáticos sem outra alternativa habitacional, as oficinas e ginásios, e pôde ainda assistir a uma pequena parte de um ensaio.

Em declarações, Teresa Ricou sublinhou que apesar da dimensão da estrutura que é preciso suportar e financiar, tem sido sempre possível desenvolver projectos e trabalhos, "com ou sem fundos", mas reconheceu que os fundos vêm "colmatar" necessidades e lamentou que em Portugal o tecido empresarial não tenha ainda compreendido a importância do mecenato cultural e social.

Em 2008, o Chapitô, entre outras instituições portuguesas, apresentou uma candidatura ao MFEEE com o projecto "Arte de Viver", mais tarde aprovado e apoiado com 60 mil euros.

No âmbito do "Arte de Viver", o Chapitô organizou um ciclo dedicado a mulheres-palhaço, vai trazer a Lisboa várias companhias de novo circo em Outubro e Novembro - incluindo a norueguesa Circus Khaoom - e vai organizar debates sobre a condição da mulher nas artes.

Em 2010, espera organizar também uma mostra de cinema com filmes de realizadores na diáspora.

Projecto social e cultural sem fins lucrativos criado há 25 anos em Lisboa, dirigido por Teresa Ricou, o Chapitô possui uma escola de artes circenses, faz animação socio-cultural e trabalha com crianças e adolescentes oriundos de bairros problemáticos, e também com jovens entregues pelo Tribunal de Menores às instituições de reinserção social.

Criado em 2004, o MFEEE tem como objectivo contribuir para o nivelamento económico entre os então dez novos aderentes da União Europeia, bem como da Grécia, Espanha e Portugal, e fortalecer as relações bilaterais entre o Espaço Económico Europeu e os Estados beneficiários.

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