David Harsent vence prémio T. S. Eliot

Fire Songs, do poeta e argumentista David Harsent, ganhou o prémio T. S. Eliot no ano em que se comemora o cinquentenário da morte do poeta de Waste Land.

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O prémio T. S. Eliot deste ano foi atribuído no domingo ao poeta inglês David Harsent pelo livro de poemas Fire Songs (2014). Harsent, que já fora três vezes finalista do prémio, é autor de 11 volumes de poesia, tendo-se estreado com Violent Country, em 1969.

A presidente do júri que lhe atribuiu o prémio T. S. Eliot, a poeta e ficcionista Helen Dunmore, descreveu-o como “um poeta para dias escuros e perigosos” e afirmou que Harsent “trabalha a linguagem e a emoção com brilhantismo técnico e poder visionário”.

Professor de escrita criativa na Universidade de Roehampton, em Londres, Harsent, nascido em 1942, é também autor de vários romances policiais, com os pseudónimos Jack Curtis e David Lawrence, colaborou em óperas do compositor Harrison Birtwistle, e escreveu argumentos para televisão, sendo designadamente autor de cinco episódios da série policial Midsommer Murders.

O crítico Adam Newey, do jornal inglês The Guardian, descreveu Fire Songs como “um fluxo de visões oníricas e febris de um apocalipse provocado pela guerra, por catástrofes ambientais ou pela ilimitada capacidade da espécie humana para se iludir e atormentar”. Ainda assim, o livro “é estimulante, e não deprimente”, garante a crítica Fiona Sampson no The Independent.

Harsent venceu num ano especial, já que, em comemoração do cinquentenário da morte de T. S. Eliot (1888-1965), a dotação pecuniária do prémio foi aumentada para 20 mil libras (um pouco mais de 25 mil euros), sem contar com as 1500 libras (quase dois mil euros) atribuídas a cada um dos nove restantes finalistas.

E David Harsent enfrentava concorrentes difíceis, incluindo anteriores vencedores do prémio, como Hugo Williams, que o ganhou em 1999, Michael Longley, vencedor no ano seguinte, ou John Burnside, cujo Black Cat Bone foi o livro escolhido em 2011.

Organizado pela Poetry Book Society e destinado a premiar anualmente o melhor livro de poesia inglesa inédita, o prémio T. S. Eliot foi lançado em 1993 pela viúva do poeta de Waste Land, Valerie Eliot.

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