Daniel Jonas candidato a poeta europeu da liberdade
O festival de poesia de Gdansk seleccionou o autor de Passageiro Frequente como um dos sete finalistas do prémio Poeta Europeu da Liberdade de 2016
Daniel Jonas é um dos sete poetas candidatos ao prémio de Poeta Europeu da Liberdade, atribuído de dois em dois anos pelo festival de poesia de Gdansk, na Polónia. Jonas, cujo livro mais recente, Nó, saiu na Assírio & Alvim em 2014, foi escolhido como finalista deste prémio pelo seu título imediatamente anterior, Passageiro Frequente (Língua Morta, 2013), traduzido para polaco por Michael Lipszyc.
O Festival Poeta Europeu da Liberdade foi criado em 2008, tem periodicidade bienal, e o respectivo prémio é atribuído desde 2010 a um dos poetas que tenham participado na edição anterior do festival. O prémio a que Daniel Jonas é agora candidato só será portanto entregue em 2016.
Entre os restantes autores seleccionados, conta-se o jovem poeta dinamarquês de origem palestiniana Yahya Hassan, de 19 anos, que se tornou conhecido pela sua poesia muito crítica do islão. Chegou mesmo a ser espancado em Copenhaga, quando ainda era legalmente menor, por um homem que fora previamente condenado por envolvimento num ataque terrorista falhado.
Os outros finalistas são a poetisa, ficcionista e tradutora Lidija Dimkovska, da Macedónia (n. 1971), o poeta e ensaísta russo Siergiej Stratanowski (n. 1944), a poeta e activista política romena Anna Blandiana (n. 1942), opositora do regime de Ceausescu, Aniko Polgar, uma poetisa húngara radicada na Eslovénia, e Vanni Bianconi (n. 1977), um poeta italiano nascido na Suíça.
Nas suas três edições anteriores, o prémio Poeta Europeu da Liberdade foi atribuído ao bielorrusso Uladzimier Arlou (n. 1953), ao alemão Durs Grünbein, que nasceu em 1962 em Dresden, na então RDA, e é um dos nomes centrais da poesia alemã contemporânea, e da croata Dorta Jagic (n. 1974).
Nascido em 1973 no Porto, Daniel Jonas tem sido reconhecido como uma das vozes mais inovadoras da poesia portuguesa contemporânea, devendo-se-lhe ainda várias traduções, incluindo uma ambiciosa e elogiada versão portuguesa do Paraíso Perdido, de John Milton.
Autor ainda de uma peça de teatro, Nenhures (Cotovia, 2008), estreou-se como poeta com o livro O Corpo Está Com o Rei (Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 1997). Publicou depois Moça Formosa, Lençóis de Veludo (2002), mas foi só com Os Fantasmas Inquilinos e Sonótono, publicados pela Cotovia respectivamente em 2005 e 2006, que alcançou um reconhecimento crítico que os seus primeiros livros já justificavam.