Concursos para obras em Mafra e restauro dos carrilhões abrem em 2015

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Enric Vives-Rubio

O director-geral do Património Cultural, Nuno Vassallo e Silva, disse à Lusa que os concursos internacionais para o restauro dos carrilhões e para as obras necessárias à instalação do Museu da Música, em Mafra, arrancam em 2015.

"O concurso internacional para os projectos de especialidade", relacionados com a mudança do Museu da Música para o Palácio Nacional de Mafra, "arrancam para o ano que vem", e o restauro dos carrilhões é "imperativo dos imperativos", disse Nuno Vassallo e Silva à Lusa.

O director-geral do Património Cultural defendeu a instalação do Museu da Música em Mafra, contextualizando-o num conjunto patrimonial "único no mundo", composto pelos carrilhões e os seis órgãos da basílica local, mas não ignora um dos aspectos críticos da instalação do Museu naquele monumento nacional, que é o registo de altos índices de humidade que prejudicam a conservação dos instrumentos e de outras peças.

"Sem climatização não podemos pôr lá peça nenhuma", afirmou Nuno Vassallo e Silva e acrescentou que "o concurso internacional, para os projectos de especialidade, arrancam para o ano que vem".

Outro concurso internacional a ser lançado em 2015 é o do restauro dos carrilhões, que Vassallo e Silva definiu como um "imperativo".

"O imperativo dos imperativos é a reparação dos carrilhões", sentenciou.

"Mafra tem características únicas a nível do Ocidente, e até mundiais, pelos seis órgãos na basílica e os carrilhões, e penso que [o Museu da Música] vai reforçar ainda mais a ida de turistas" ao monumento, disse Nuno Vassallo e Silva à Lusa.

O Museu da Música irá ser instalado na ala sul do Palácio Nacional de Mafra, disse o responsável, garantindo que todos os estudos serão feitos, nomeadamente o de climatização.

Especialistas internacionais ligados ao restauro de monumentos alertaram, em finais de Outubro, para a urgência de uma intervenção nos sinos e carrilhões da basílica do Palácio Nacional de Mafra, um dos sete exemplos de património cultural edificado mais ameaçados da Europa, segundo a organização não-governamental Europa Nostra.

"O estado dos sinos é muito precário, porque estão seguros por andaimes e o processo de deterioração é bastante visível", disse à Lusa o membro do comité científico da Europa Nostra Pedro Ponce de Léon, quando da visita técnica ao monumento.

"É preciso intervir quanto antes, porque, além de tudo o resto, se está a investir para manter os sinos suspensos e não caírem para o exterior. Quanto mais tarde a intervenção for levada a cabo, mais custos terá", afirmou então Ponce de Léon.

Vassallo e Silva adiantou que o concurso internacional para as obras no Palácio será aberto no início de 2015, estando concluído o respectivo caderno de encargos, que orça os dois milhões de euros. As obras deverão durar 18 meses.

Quanto ao projecto de restauro dos seis órgãos da basílica, recentemente concluído pelo mestre organeiro Dinarte Machado, mereceu um Prémio Europa Nostra em 2012.

Vassallo e Silva realçou que se organizam excursões, nomeadamente do norte da Europa, para assistir aos concertos que se efectuam regularmente nos seis órgãos, defendendo, por isso, que se trata de uma "mais-valia" que se conjuga com os carrilhões – a restaurar – e o futuro Museu da Música.

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