É, de certeza, um dos melhores filmes que se pode ver actualmente no tão desanimador panorama da exibição de cinema em Portugal; é, também, mais um exemplo da inteligência de uma das realizadoras mais consistentes a trabalhar actualmente no cinema americano. Mas, apesar de tudo isso, fica a sensação de que o enquadramento de quase-thriller em que Night Moves se move é também o que o impede de atingir o nível, por exemplo, do anterior O Atalho: como se as “figuras obrigatórias” do policial ou do filme político tolhessem a elegância classicista mas desapaixonada com que Kelly Reichardt observa estas personagens que procuram desesperadamente acreditar em algo sem terem exactamente certeza do quê. Night Moves não desmerece do que veio antes, mas mantém para já Kelly Reichardt em compasso de espera.

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