Cinco prémios Nobel pedem mais "acção" para salvaguardar o património em perigo

Suu Kyi, Kofi Annan, Mario Vargas Lllosa, Orhan Pamuk e Ellen Johnson Sirleaf apelam a uma salvaguarda urgente dos bens culturais da Humanidade, após o que se passou em Bamiyan, Mossul, Palmira e Tombuctu.

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O tempo de Bel, em Palmira, depois da passagem do Estado Islâmico por esta cidade do Leste da Síria JOSEPH EID/AFP

Na véspera da conferência de Abu Dhabi sobre o património em perigo, cinco prémios Nobel vieram apelar a todos os participantes do encontro a assumirem "as suas responsabilidades" diante deste desafio "histórico" e a "agirem" para salvaguardar os bens culturais da Humanidade.

Co-presidida pela França e pelos Emirados Árabes Unidos sob o patrocínio da UNESCO, a conferência de Abu Dhabi reunira entre sexta-feira e sábado representantes de 40 países, que discutirão a criação de um fundo especial de 100 milhões de dólares e de uma rede internacional de refúgios para bens ameaçados por situações de conflito armado.

"Em Bamiyan (Afeganistão), Mossul (Iraque), Palmira (Síria), Tombuctu (Mali) e noutros lugares, foram destruídas obras e toda a Humanidade foi visada", escrevem cinco premiados com o Nobel, entre os quais Aung San Suu Kyi, a ex-opositora do regime birmanês, e agora ministra dos Negócios Estrangeiros daquele país.

"É a nossa esperança no futuro que o fanatismo quis esmagar", afirmam os Nobel, acrescentando: "É urgente agir, a hora já não é de indignações impotentes (...). Sem memória, não são possíveis nem sonhos nem horizontes comuns."

Além da Nobel da Paz de 1991 Suu Kyi, também Kofi Annan, antigo secretário-geral das Nações Unidas e Nobel da Paz em 2001, Ellen Johnson Sirleaf, presidente da Libéria e Nobel da Paz en 2011, Orhan Pamuk, escritor turco e Nobel da Literatura em 2006, e Mario Vargas Llosa, escritor peruano e Nobel da Literatura em 2010, assinam o apelo.

"Lançamos hoje um apelo à tomada da consciência da comunidade internacional. Pedimos aos governos, à Unesco e à sociedade civil que se mobilizem para proteger e salvaguardar o património cultural da Humanidade", escrevem os signatários, saudando a realização da conferência.

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