Chico Buarque é o vencedor do Portugal Telecom de Literatura 2010

Foto
O escritor esteve hoje à noite na cerimónia da oitava edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa que decorreu em São Paulo Paulo Pimenta

O escritor brasileiro Chico Buarque é o vencedor do Prémio Portugal Telecom Literatura 2010 com o romance “Leite Derramado”.

O escritor esteve ontem à noite na cerimónia da oitava edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa que decorreu na Casa Fasano, em São Paulo, com apresentação do humorista Jô Soares que recriou em palco o talkshow que tem na TV Globo, com banda e tudo. Receber este prémio no valor de 100 mil reais (42.416 euros) para o escritor - que trabalha com "o nosso idioma", apesar de muitas vezes "não perceber o que os portugueses estão a falar" -, é "um abraço a Portugal também e aos demais países da língua portuguesa", disse respondendo a uma pergunta do PÚBLICO, no final da cerimónia.

A noite foi também de homenagem ao Prémio Nobel da Literatura 1998, José Saramago (1922-2010), que com "Caim" estava entre os dez finalistas mas foi retirado da lista a pedido da Fundação Saramago. Foi Pilar del Río, que em cima do palco, abriu o envelope, disse :"Toda a vida quis dizer isto" e leu o nome do vencedor: Chico Buarque e "Leite Derramado".

Quando o escritor e músico subiu ao palco para receber mais um prémio por este seu livro - sexta-feira foi-lhe atribuído o Prémio Jabuti de Ficção - subiu ao palco e começou a conversar com Jô Soares sobre futebol (uma das suas paixões). O escritor contou que, neste momento, está a dedicar-se à música e confessou que ao ouvir a banda do programa do Jô Soares tocar em cima daquele palco, ficou com vontade de se juntar a eles: "Quando não tem de subir, dá vontade de subir."

Falou-se inevitavelmente da canção que popularizou o compositor nos anos 60, "A banda", que fez agora 45 anos de idade e Chico Buarque lembrou que uma das suas filhas esteve em Copenhaga, ouviu A Banda a ser tocada, disse aos amigos que a canção era de seu pai e responderam-lhe que não, que era folclore. De certa forma é, já caiu em domínio público, brincou o músico.

Jô Soares aproveitou para introduzir o tema do "escritor amador" por causa de Chico ser mais conhecido como cantor e músico. "Eu não me considero um escritor amador, mas as pessoas consideram. Isso é bom" porque de cada vez que volta à escrita a mão está destreinada e "tem que pegar a mão outra vez". Na verdade, desde que Chico publicou o seu primeiro romance, "Estorvo", já passaram 20 anos".

Além de Pilar Del Río, participou também na homenagem a escritora brasileira Nélida Pinon, que foi uma das grandes amigas do escritor português.

Em segundo lugar ficou a obra "Outra Vida" de Rodrigo Lacerda (que recebeu 35 mil reais , cerca de 15 mil euros) e em terceiro, "Lar" de Armando Freitas Filho que por indicação médica não esteve presente na cerimónia (15 mil reais, 6300 euros).

A jornalista viajou a convite da Portugal TelecomNotícia actualizada às 08h18
Sugerir correcção
Comentar