Bob Dylan vai destapar Frank Sinatra

Shadows in the Night tem edição marcada para 2 de Fevereiro.

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O Frank Sinatra que Dylan vai "destapar" é o da década de 1940

Tendo em conta que na última década e meia Bob Dylan tem agido como guardião da velha tradição musical americana, o anúncio de que o seu próximo álbum será dedicado a Frank Sinatra não pode ser uma surpresa completa. Mas tendo em conta que Sinatra, falecido em 1996 aos 82 anos, foi provavelmente, pela pureza, pelo alcance e pela expressividade da voz, o maior cantor americano do século XX e que o Dylan de 73 anos tem-na dura e enrouquecida por anos e anos de estrada, é certo que será surpreendente ouvir o que fará com dez canções gravadas por Sinatra na década de 1940.

Shadows In The Night é o título do álbum com edição marcada para 2 de Fevereiro, o primeiro de Dylan desde o lançamento de Tempest, em 2012, e o 36.º registo de estúdio da sua carreira. “Foi um privilégio fazer este disco”, declarou o músico em comunicado. “Queria fazer algo deste género há muito, mas nunca fui corajoso o suficiente para abordar os complexos arranjos para 30 elementos e refiná-los para uma banda de cinco."

Gravado ao vivo no estúdio, sem overdubs, e produzido por Jack Frost, ou seja Dylan ele mesmo (Jack Frost é o seu pseudónimo enquanto produtor), o álbum inclui Full moon and empty arms, cuja versão foi recentemente lançada por Dylan como antecipação do que ouviremos em Shadows In The Night, That lucky old sun, Some enchanted evening ou Autumn leaves, cantado originalmente por Yves Montand, com letra de Jacques Prévert (Les feuilles mortes, no francês), que conheceu depois versões famosas de Serge Gainsbourg, Nat King Cole ou Edith Piaf.

Dylan não vê Shadows In The Night como um simples álbum de versões. “Basicamente, o que eu e a minha banda fizemos foi destapar [estas canções]. Erguê-las da tumba e trazê-las à luz do dia”, explicou. 

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