Apesar dos danos, Palmira está "bastante preservada", testemunhou a UNESCO

Missão internacional de peritos visitou as ruínas e concluiu que a milenar cidade síria "conserva boa parte da sua integridade e da sua autenticidade".

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Uma das primeiras imagens das ruínas de Palmira após a reconquista da cidade ao Exército Islâmico, em Março deste ano STRINGER/AFP
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Arqueólogos polacos inventariam os destroços das esculturas depositadas no Museu de Palmira LOUAI BESHARA/AFP
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O interior do Museu de Palmira após a partida do Exército Islâmico SANA/AFP
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Soldados sírios patrulhando as ruínas do Templo de Bel OMAR SANADIKI/REUTERS
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A cidadela sobranceira às ruínas sofreu "graves danos", testemunharam os peritos da UNESCO SANA/REUTERS

Apesar dos "graves danos" infligidos pelo Estado Islâmico (EI), e da "destruição de várias estruturas emblemáticas", as ruínas arqueológicas de Palmira, no Leste da Síria, "conservam boa parte da sua integridade e da sua autenticidade", anunciou uma missão de peritos da UNESCO que já visitou o local, confirmando assim as primeiras impressões sugeridas pelas imagens feitas após a reconquista da cidade pelo Exército sírio.

Os peritos, que se deslocaram a Palmira entre 24 e 26 de Abril para uma primeira "avaliação rápida" do grau de destruição a que foram submetidos os vestígios daquela civilização milenar, Património da Humanidade desde 1980, limitaram-se a "constatar à distância os estragos causados ao Templo de Bel" ou "os graves danos" sofridos pela cidadela mameluca sobranceira à cidade, devido às operações de desminagem que ainda estão em curso, precisou o comunicado divulgado esta quarta-feira pela organização sediada em Paris.

A missão da UNESCO observou, no entanto, "danos consideráveis no museu" do sítio arqueológico. "O essencial das estátuas de grande porte", os sarcófagos e as esculturas que não puderam ser colocadas a salvo foram "desfigurados e decapitados – a maioria dos destroços ainda atravanca o chão", lamenta o relatório preliminar desta missão técnica conduzida pela directora do Centro do Património Mundial, Mechtild Rössler, e que foi escoltada pela segurança das Nações Unidas.

O comunicado adianta que a UNESCO "vai trabalhar com o conjunto dos parceiros para adoptar as medidas de salvaguarda de urgência". No caso do museu, foram "identificadas as medidas de consolidação urgente do edifício", e vincada a necessidade de "documentar, evacuar, salvaguardar e restaurar os objectos assim que possível" – o trabalho de "selecção e documentação dos fragmentos das esculturas", de resto, já foi iniciado. Em relação às ruínas propriamente ditas, o relatório detalha que foram examinadas em particular a grande colunata, o destruído Arco do Triunfo, a ágora e "as ruínas pulverizadas do Templo de Baal-Shamin".

O relatório final da missão de peritos será apresentado em Julho, em Istambul, no contexto da 40.ª sessão do Comité do Património Mundial da UNESCO, altura em que serão também divulgadas "as recomendações acerca das medidas de salvaguarda a pôr em marcha". Até lá, uma nova missão de peritos examinará mais detalhadamente a situação do património sírio, não só em Palmira mas também noutros locais, e terá lugar em Berlim, a 2 e 3 de Junho, uma conferência internacional exclusivamente dedicada a essa matéria.

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