André Tavares vence Prémio Fernando Távora 2015

Arquitecto portuense vai fazer uma viagem ao Livro de Arquitectura, passando por Paris, Roma, Vicenza e Londres.

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André Tavares diz que a sua proposta "não é apenas uma viagem física" DR

O arquitecto, professor e editor André Tavares (n. Porto, 1976) é o vencedor da 10ª. edição do Prémio Fernando Távora, com uma proposta de viagem intitulada Ruínas, ou o Livro de Arquitectura.

O anúncio do vencedor foi feito esta quinta-feira à noite, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, numa sessão que tinha na agenda uma conferência sobre o tema A Viagem pelo escritor Valter Hugo Mãe, convidado para presidir ao júri da edição deste ano.

Escolhido por unanimidade de entre 23 candidaturas apresentadas, o trabalho de André Tavares “distingue-se por uma profunda originalidade”. O candidato propôs-se realizar “um percurso por edifícios e edições originais de livros em Roma, Vicenza, Paris e Londres, a fim de, através da história do livro de arquitectura, sintetizar a cultura arquitectónica europeia”. Uma proposta que foi "apresentada de forma enxuta e rigorosa”, considerou o júri, que foi ainda constituído pelos arquitectos José Manuel Botelho, João Luís Carrilho da Graça e Pedro da Rocha Vinagreiro, além de Luísa Távora, em representação da família do arquitecto Fernando Távora.

Com a bolsa de 6 mil euros do Prémio Távora, André Tavares irá realizar uma viagem de cerca de um mês, que passará pelas quatro cidades europeias atrás referidas. Trata-se, contudo, de “uma viagem a um lugar onde não se pode chegar”. Ou seja – diz o autor na sua candidatura –, “não é apenas uma viagem física, em que o corpo se transporta para um espaço e uma cultura estranha que se quer descobrir, nem sequer uma viagem imaginária, a um lugar que não existe e só pode ser sonhado. É uma viagem ao país dos livros de Arquitectura, uma viagem cujo curso navega entre páginas de narrativas e construções arquitectónicas”.

André Tavares licenciou-se e doutorou-se em Arquitectura na Universidade do Porto (2000-09). Desenvolveu estudos em instituições internacionais, como a Escola Politécnica de Lausanne (Suíça), a Academia de Arquitectura de Mendrisio (Itália), a Faculdade de Arquitectura de São Paulo (Brasil) e, mais recentemente, o Centro Canadiano de Arquitectura, em Montreal.

Com actividade esporádica como arquitecto, é professor convidado na FAUP, tem-se dedicado à investigação, crítica (é colaborador do PÚBLICO) e edição, nomeadamente na Dafne, que dirige, tendo sido também o director do Jornal Arquitectos (2013-14). É comissário geral, com Diogo Seixas Lopes, da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016.

A conferência de apresentação do resultado da viagem de André Tavares realizar-se-á no próximo Dia Mundial da Arquitectura, a 5 de Outubro, de novo na Câmara de Matosinhos, que patrocina o Prémio Távora em parceria com a Casa da Arquitectura e a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos.

Lançado em 2005, o prémio distinguiu até agora os arquitectos Nélson Mota, Sílvia Benedito, Maria Moita, Cristina Salvador, Armando Rabaço, Marta Pedro, Paulo Moreira, Sidh Mendiratta e Susana Ventura.

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