Para o seu 15º aniversário, a Festa do Cinema Francês propõe a sua edição mais ambiciosa de sempre, com o intuito, nas palavras da organização, de “mudar a imagem de França”. A mostra de cinema francês organizada pelo Instituto Francês de Portugal (IFP), pela Embaixada de França e pela Alliance Française expande-se este ano de 7 para 18 cidades portuguesas e chega ainda a seis aldeias do Norte do país com um ecrã portátil.

A abertura oficial é dia 2 de Outubro, em Lisboa, com o documentário de Julie Bertuccelli, La Cour de Babel; o encerramento, a 28 de Novembro, no Funchal. Segundo Azouz Begag, director do IFP, a intenção é atingir os 50 mil espectadores depois de uma edição 2013 que chegou aos 23 mil.

Apresentada em conferência de imprensa, em Lisboa, ao fim da manhã desta terça-feira, a 15ª Festa pretende, mais uma vez nas palavras de Azouz Begag, “matar os clichés” da França cultural e “elitista”, preferindo sublinhar a diversidade de uma produção da qual só uma pequena parte chega a Portugal. 

A programação continua a seguir as principais linhas definidas nas festas anteriores. A secção principal compõe-se de 26 “antestreias”, produções recentes das quais uma dezena está já assegurada para distribuição entre nós. Entre elas, encontram-se o muito aclamado primeiro filme de Thomas Cailley, Les Combattants, com Adèle Haenel; Attila Marcel, longa-metragem de imagem real do animador Sylvain Chomet, autor de Belleville Rendez-vous; Pas son Genre, a nova realização de Lucas Belvaux; ou os dois últimos filmes de Alain Resnais, Vocês Ainda Não Viram Nada e Amar, Beber e Cantar, que chegarão às salas em simultâneo com a sua apresentação na Festa.

Alain Resnais, falecido há poucos meses, será, aliás, um dos dois homenageados da edição de 2014, com um ciclo a decorrer na Cinemateca Portuguesa, que passará por muitos dos seus títulos emblemáticos, como O Último Ano em Marienbad, Muriel, O Meu Tio da América, É Sempre a Mesma Cantiga ou Fumar/ Não Fumar. Em paralelo, será igualmente homenageado um dos nomes lendários do cinema francês, Marcel Pagnol, dramaturgo, escritor e realizador conhecido pelo seu apego às histórias rurais e à Marselha que elevou a cidade de cinema. Serão projectados quatro filmes seus em cópias restauradas, entre eles um dos seus clássicos, Le Schpountz (1938), com o comediante Fernandel, em presença do neto Nicolas Pagnol.

Outra novidade na edição deste ano será a presença, como “padrinhos” da Festa, do Movimento DansasAparte, um grupo de expressão corporal e dança formado por pessoas com multideficiências. A escolha, descrita por Azouz Begag como “emoção em estado puro, à imagem do cinema”, “quebra” com a tradição da Festa de convidar nomes do cinema francês para apadrinhar o evento.

A Festa inicia-se a 2 de Outubro em Lisboa, no Cinema São Jorge, como já é habitual, e ficará aí até 12 de Outubro. Durante este mês, estará ainda no Seixal (4 a 10), Coimbra (6 a 10), Portimão (9 a 11), Porto (13 a 19), Faro (21 a 26) e Braga (28 a 30). A 31 de Outubro, chega a Guimarães, onde ficará até ao dia 4 de Novembro, e durante este mês percorrerá Beja (4 a 9), Leiria e Caldas da Rainha (ambos de 6 a 8), São Pedro do Sul (7 a 9), Viana do Castelo (11 a 14), Almada (12 a 16), Setúbal (13 a 15), Aveiro (20 a 21), Santarém (21 a 23) e finalmente o Funchal (25 a 28). 

E a Festa chega ainda a seis aldeias nortenhas: Vila Chã de Braciosa, Palaçoulo, Malhadas, São Martinho, Lage e Escariz. 

As salas e calendários podem ser consultados no site oficial em www.festadocinemafrances.com .