Academia de Belas Artes espera ver resolvido problema de ampliação até Junho

O Presidente da República e o ministro da Cultura visitaram esta tarde as instalações.

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Marcelo fez campanha em Sintra, um concelho difícil para o PSD MIGUEL MADEIRA

A presidente da Academia Nacional de Belas Artes (ANBA), Natália Correia Guedes, afirmou esta terça-feira que espera ver concluído, até Junho, o processo de negociação, dentro do Governo, sobre o alargamento das instalações do organismo.

A propósito de uma visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, esta terça-feira, às instalações da ANBA, no Convento de São Francisco, em Lisboa, Natália Correia Guedes recordou que a Academia precisa de alargar as suas instalações para poder acolher a colecção de arte, em risco de degradação.

Actualmente os ministérios da Cultura e da Administração Interna estão em negociações precisamente para decidir o que fazer com a ala norte do Convento de São Francisco, anteriormente ocupada pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, para onde a Academia quer alargar as suas instalações.

À agência Lusa, o ministro da Cultura apenas disse que as negociações estão a decorrer, sem adiantar quando é que poderá ser tomada uma decisão.

"O ministro da Cultura concorda que o espaço fique para nós. A situação só não se resolve se não quiserem", referiu Natália Correia Guedes à agência Lusa, no final da visita de Marcelo Rebelo de Sousa e de Luís Castro Mendes.

A presidente da Academia Nacional de Belas Artes referiu que existe orçamento, por via de financiamentos comunitários, para assegurar o alargamento dos espaços.

A Academia Nacional de Belas-Artes foi criada há 180 anos, a 25 de Outubro de 1836, para promover as belas-artes, tendo sido instalada no Convento de São Francisco, em Lisboa, onde ainda funciona, paredes meias com a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

No antigo convento também esteve instalado o Governo Civil e o comando metropolitano de Lisboa da PSP, tendo sido cedido parte dos espaços ao Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, e que a Academia Nacional de Belas Artes também reclama.

A academia possui uma biblioteca histórica e outra moderna, com cerca de 30.000 títulos datados do século XVI até à actualidade, que está encerrada grande parte do tempo, e possui ainda um espólio que reúne pintura, fotografia, desenho e escultura.

Este ano, pela primeira vez, a academia organizou uma exposição que revela mais de uma centena de obras de arte de artistas como José Malhoa, Veloso Salgado, Lagoa Henriques e Domingos Sequeira, pertencente ao seu espólio.

Por falta de espaço no convento, a exposição foi inaugurada em Janeiro, na Galeria D. Luís, no Palácio da Ajuda, e deveria ter encerrado em Março, mas acabou por ser prolongada até Junho próximo.

É nessa altura que Natália Correia Guedes quer ver tomada uma decisão por parte do Governo sobre o alargamento dos espaços da Academia.

"Quando a exposição encerrar, a Academia não tem, nas actuais instalações, espaço para receber o espólio que lhe pertence", recordou Natália Correia Guedes, na presença de Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Castro Mendes. O Presidente da República instou esta terça-feira  o ministro da Cultura a estar atento à situação da Academia das Belas Artes, manifestando disponibilidade para apoiar Castro Mendes nas conversas que terá de ter sobre as instalações da instituição.

"Quero estimulá-lo a estar atento também à situação de uma Academia, que é uma academia qualificadíssima pelos ilustres académicos, os de hoje e os de ontem, como será certamente com os de amanhã", afirmou o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, numa breve intervenção durante a visita que realizou esta terça-feira à tarde à Academia das Belas Artes, em Lisboa.

Referindo-se ao impasse que existe quanto à possibilidade da PSP libertar o espaço do antigo Convento de São Francisco - anteriormente ocupado pelo Governo Civil de Lisboa e cujos calabouços tem memórias ligadas aos presos políticos - para a Academia de Belas Artes, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou disponibilidade para apoiar o novo ministro da Cultura nas conversas que terá com o ministério da Administração Interna.

"O senhor ministro da Cultura contará com o apoio do Presidente da República nessas conversas - como disse - sempre árduas com o ministério da Administração Interna em torno das instalações", assegurou.

 

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