A Sra. Clooney vai pedir a Londres que devolva a Atenas os frisos do Pártenon

Os Homens dos Monumentos têm mais um membro e é… uma mulher. A advogada Amal Alamuddin vai tentar que o Governo britânico restitua à Grécia os célebres mármores clássicos. Ser casada com George Clooney pode ajudar?

Foto
O casal em Veneza Alessandro Bianchi/Reuters

A Grécia volta a exigir devolução dos frisos do Pártenon, mas desta vez em grande estilo. O Governo de Atenas fez uma nova contratação para o staff de consultores que, em seu nome, exigem há décadas a devolução à Grécia dos frisos do Pártenon que lorde Elgin levou para Inglaterra em 1803, quando Atenas estava sob domínio otomano, e estão hoje expostos no Museu Britânico, em Londres.

A advogada Amal Alamuddin, especialista em direitos humanos e recentemente capa de revista em todo mundo devido ao seu casamento com o actor e realizador George Clooney, vai encontrar-se com o primeiro ministro, Antonis Samaras, e com o ministro da Cultura, Konstantinos Tasoulas, para lhes explicar o que deve ser feito para que Londres devolva à Grécia os célebres mármores clássicos.

Não se julgue, no entanto, que a Grécia se está a aproveitar do furor mediático que rodeou a boda veneziana de Alamuddin e Clooney. A jurista de origem libanesa vai acompanhar o seu patrão, Geoffrey Robertson, numa série de reuniões com representantes gregos com responsabilidades no património na sequência de um pedido de aconselhamento feito por Atenas ao escritório de advogados londrino (Dougthy Street Chambers) em 2011, noticia o diário britânico The Guardian. Alamuddin estará em Atenas entre 13 e 16 de Outubro.

É claro que as circunstâncias do casamento, assim como o facto de o próprio Clooney ter apelado à restituição dos frisos aquando da estreia do seu último filme, Os Homens dos Monumentos, fazem desta contratação notícia nas páginas dos jornais, com direito a fotografias de Alamuddin elegantemente vestida a passear-se com o actor pelas ruas de Veneza. Mas seria injusto reduzir a jurista ao estatuto de “mulher de George Clooney”. Quem olhar para a sua carreira, percebe sem esforço que é um peso pesado no domínio dos direitos humanos. Escreve o Guardian, a título de exemplo, que defendeu a ex-primeira ministra ucraniana Iulia Timoshenko e o fundador da Wikileaks Julian Assange, e que ainda lhe sobrou tempo para ser consultora do antigo secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, para a guerra na Síria. Se olhássemos apenas para esta esfera, não seria Clooney o "Sr. Alamuddin"?

As esculturas do Pártenon saíram da Grécia em 1803 e têm sido muitos os esforços oficiais nas últimas décadas para garantir o seu regresso, todos sem sucesso, lembra o jornal francês Le Figaro. Esforços esses que passaram, inclusive, por um recente pedido de devolução via Unesco, que resultou numa campanha desta Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Os representantes do Museu Britânico, por seu lado, têm defendido que as esculturas pertencem legalmente ao Reino Unido.

O Pártenon, o mais famoso dos edifícios clássicos que chegaram até nós, é património da humanidade e é recorrentemente usado em todo o mundo como símbolo da democracia.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários