Confissões de Olivier Assayas

Assayas par Assayas, que acaba de ser publicado em França, é um diálogo com um caldeirão de épocas e influências, com uma eclética autobiografia artística,

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"Désordre", o primeiro filme
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"Sils Maria", o último, com Juliette Binoche

Admirador de Johnny Cash, Sex Pistols, Hergé, David Hockney, Deleuze, Debord ou Kenneth Anger, filho de uma aristocrata húngara e de um judeu milanês, educado no campo entre livros, música e pintura, Olivier Assayas decretou cedo que “queria fazer filmes”.

Assayas par Assayas, que acaba de ser publicado em França, é um diálogo com esse caldeirão de épocas e influências, com uma eclética autobiografia artística, de Désordre a Sils Maria, o último filme, quinze títulos em 30 anos. Na origem, uma conversa do realizador com Jean-Michel Frodom, que foi crítico no Le Monde, que dirigiu a revista Cahiers du Cinéma, para onde Assayas escreveu, sob impulso de Serge Daney, entre 1980 e 1985 – a cumplicidade entre Olivier e Jean-Michel está patente, também, nas conversas que os dois mantêm em Flowers of Taipei–Taiwan New Cinema, recente documentário de Chinlin Hsieh sobre a Nova Vaga de Taiwan.

Taiwan, Hong Kong – o cinema chinês, precisamente, que tanto maravilhou Assayas e o levou a descobrir, em dossiers publicados nos Cahiers, esse continente misterioso –, o cinema americano (Warhol, Kenneth Anger, Coppola, Cimino) e a nouvelle vague francesa apadrinharam uma relação com o cinema. Assayas surgiu no pós-nova vaga, no vazio deixado pela morte de François Truffaut, assumindo-se, nestas suas confissões possibilitadas pelo diálogo com Frodom, como um daqueles que herdaram uma orfandade – não é por por acaso que um dos seus “padrinhos” foi André Téchiné, com quem escreveu o argumento de Rendez-vous e onde conheceu Juliette Binoche, “a grande actriz da sua geração”, que protagoniza agora Sils Maria.

 

 

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