Cornucópia anuncia programação e abre teatro a outros projectos

Luís Miguel Cintra vai encenar peças de Tolentino Mendonça, de Eugène Labiche e uma colagem de textos de cordel setecentistas.

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Luís Miguel Cintra no Teatro da Cornucópia Rui Gaudêncio

A programação para 2013 arranca no dia 19, com O Nome de Deus , um ciclo de leituras encenadas de textos de Pier Paolo Pasolini e Paul Claudel, por Luís Miguel Cintra, actor, encenador e fundador do Teatro da Cornucópia.

Este ciclo prepara e antecede a estreia da peça para quatro actores O Estado do Bosque, do poeta José Tolentino Mendonça, marcada para 7 de Fevereiro.

No texto que apresenta a nova programação, o Teatro da Cornucópia alerta que o cenário de dificuldades financeiras se deverá manter em 2013, e que terá de procurar financiamentos alternativos, mesmo que consiga obter apoio nos novos concursos da Direção-Geral das Artes (DGArtes).

O Teatro da Cornucópia anunciou que vai ceder a sala “a vários projectos pontuais” - mediante o resultado dos concursos públicos da DGArtes - “consciente das dificuldades que os criadores mais novos terão de enfrentar para a apresentação dos seus trabalhos”.

Em Março, a companhia teatral ruma ao Porto, para apresentar, durante duas semanas, no Teatro Nacional São João, a peça Os Desastres do Amor, a partir de textos de Marivaux, e que disse ter esgotado quase todas as sessões em Lisboa no ano passado.

“A mais importante produção do ano” para a Cornucópia fica guardada para 23 de Maio - “quando já forem conhecidos os resultados do concurso [da DGArtes]” - refere a estrutura: “Ai amor sem pés nem cabeça”, colagem de vários textos de teatro de cordel setecentista.

A terceira estreia da temporada de 2013 desta companhia fica marcada para Novembro, com 4 Ad Hoc, quatro peças curtas do dramaturgo francês Eugène Labiche, do século XIX.

Todas as peças da programação serão encenadas por Luís Miguel Cintra.

O Teatro da Cornucópia foi fundado em 1973, por Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo, estreando nesse ano a peça O Misantropo, de Molière, iniciando assim a construção de um repertório dramatúrgico que inclui textos clássicos e contemporâneos.

Muito crítico em relação aos anos mais recentes da política cultural do país, Luís Miguel Cintra tem vindo a lamentar o estrangulamento do papel do Estado em relação à cultura, e os sucessivos cortes no apoio ao Teatro da Cornucópia.

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