Socorama recusa negociar e avança com despedimento colectivo

Trabalhadores manifestam-se esta tarde em frente ao Cinema Londres, em Lisboa.

Foto
Em causa estão 55 trabalhadores efectivos e 20 contratados Rui Farinha

A Socorama Cinemas SA recusou, esta segunda-feira, negociar o encerramento de 49 salas de cinema do país e mantém o despedimento colectivo de 75 funcionários da exibidora, anunciaram representantes dos trabalhadores no final de uma reunião com a administração.

A decisão foi transmitida em frente à sede da empresa, em Miraflores, onde 55 funcionários efectivos estiveram a manifestar-se durante a manhã de hoje, exibindo cartazes e gritando palavras de ordem.

“Não há razão para esta situação!”, “Ó Abreu dá cá o meu!”, “Sr. Abreu os empregados exigem o que têm direito!” foram algumas das palavras de ordem e mensagens inscritas em cartazes dirigidas ao administrador da empresa, Paulo Abreu.

Os trabalhadores tinham-se concentrado às 10h em frente ao edifício onde decorreu uma reunião com o administrador, representantes da Comissão de Trabalhadores, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) e do Ministério do Trabalho.

No final de Janeiro, a exibidora Socorama anunciou que iria encerrar 49 das 106 salas de cinema que detém em todo o país.

No final da reunião, Carlos Neves, da Comissão de Trabalhadores, disse que a Socorama “não quer negociar, e dá o processo como terminado, avançando com o despedimento colectivo”. “Cada trabalhador vai receber em casa uma carta de despedimento, e a empresa diz que vai pagar o mínimo determinado por lei – um mês de salário por cada ano de trabalho – e negociará individualmente os créditos em atraso”, indicou Carlos Neves, gerente da sala de cinema de Leiria, e um dos efectivos mais antigos da empresa.

A decisão afecta oito complexos de cinema instalados em centros comerciais do grupo Sonae Sierra em Viana do Castelo, São João da Madeira, Covilhã, Leiria, Loures, Seixal, Guia e Ponta Delgada.

Carlos Neves indicou à Lusa que o despedimento colectivo envolve 55 trabalhadores efectivos e mais 20 contratados. “Receamos que os trabalhadores não venham a receber os créditos”, alertou, indicando que a Socorama “falhou, em casos anteriores, os pagamentos de subsídios em atraso”.

A Lusa também tentou falar com a administração no final da reunião, mas ninguém se mostrou disponível para prestar declarações.

António Caetano, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav), que também esteve presente na reunião, disse à Lusa que “os trabalhadores vão continuar os protestos”. A concentração prevista para as 14h de hoje em frente ao Cinema Londres, em Lisboa, será mantida, adiantou.
 

Sugerir correcção
Comentar