SEC pede “informações adicionais” sobre quadro de Crivelli

Depois da notícia do PÚBLICO de segunda-feira, Jorge Barreto Xavier pede “aos serviços” mais informações sobre o processo.

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Jorge Barreto Xavier Miguel Manso

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, pediu “informações adicionais” sobre o processo que levou à saída de Portugal de um quadro do século XV, Virgem com o Menino , pintado por Carlo Crivelli, durante a época em que Francisco José Viegas era secretário de Estado da Cultura.

 “Foram pedidas, aos serviços, informações adicionais sobre a matéria”, disse à agência Lusa fonte do gabinete do secretário de Estado da Cultura (SEC). Contactado posteriormente pelo PÚBLICO, o gabinete do SEC não quis avançar mais pormenores sobre o processo.

Esta é uma reacção à notícia do PÚBLICO desta segunda-feira em que se afirmava que no ano passado o Governo anulou as protecções legais que impediam a saída do país desta obra que pertencia ao empresário Miguel Pais do Amaral e que saiu de Portugal para Paris onde teve uma oferta de cerca de três milhões de euros.

Contactado pela agência Lusa, o empresário Miguel Pais do Amaral disse estar tranquilo sobre a legalidade do processo, que durou três anos. “Deveria ter durado três meses”, lamentou o coleccionador, queixando-se da burocracia envolvida, e sustentou que “o mercado funciona assim em todo o lado: há obras a sair e a entrar em todos os países”.

Sobre os pareceres dos especialistas contra a saída do quadro do país – cuja venda “está em curso”, como afirmou, embora se tenha escusado a confirmar os três milhões de euros avançados pelo PÚBLICO – Pais do Amaral disse que o Estado tinha duas hipóteses: “Comprar ou deixar sair”. Para o empresário, “o quadro nada tem a ver com Portugal, não é uma peça relevante e as pessoas que se pronunciaram sobre ela não têm uma visão de conjunto”. 

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