Saramago condena fuzilamentos em Cuba

O escritor português e Nobel da Literatura José Saramago criticou hoje os três fuzilamentos da semana passada em Cuba, manifestando "decepção" face ao regime cubano de Fidel Castro.

"Cuba não ganhou nenhuma heróica batalha fuzilando esses três homens, mas perdeu a minha confiança, destruiu as minhas esperanças e defraudou as minhas expectativas", escreve Saramago num artigo de opinião hoje publicado no "El País", com o título "Até aqui cheguei".

O Nobel da Literatura português, que sempre tinha apoiado o regime de Fidel Castro, afirma agora ter chegado "até aqui" e que "de agora para a frente Cuba seguirá seu caminho" e ele fica.

"Discordar é um acto irrenunciável de consciência", devendo a decisão das autoridades cubanas ser demonstrada "com provas irrefutáveis".

Para Saramago, "sequestrar um barco ou um avião é crime severamente punível em qualquer país do mundo, mas não se condenam à morte os sequestradores, sobretudo tendo em conta que não houve vítimas" no dito sequestro.

"Não creio que se tenha actuado sem deixar lugar a dúvidas no recente julgamento que condenou a penas desproporcionadas os cubanos dissidentes", escreve José Saramago, segundo o qual "não se entende que, se houve conspiração, não tenha já sido expulso o encarregado da secção de interesses dos Estados Unidos em Havana, a outra parte da conspiração".

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