Por causa de Maria João, Lisboa ouvirá ao vivo os brasileiros André Mehmari e Leandro Maia

Vieram gravar a voz da cantora portuguesa e dão sábado um espectáculo no Museu da Música em Lisboa, às 21h30.

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André Mehmari Debora Amorim
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Leandro Maia León Kiran

André Mehmari, pianista e compositor brasileiro com a carreira dividida entre a música erudita e a popular, actua na noite deste sábado no Museu da Música, em Lisboa (na estação do Metro do Alto dos Moinhos). Chamam-lhe “concerto surpresa” e não é caso para menos. Não só porque André traz consigo um convidado, o violonista e cantor gaúcho Leandro Maia, mas também porque a vinda de ambos a Portugal teve por objectivo gravar a voz da cantora Maria João no próximo disco de Leandro, que André produz e que de algum modo resulta da parceria desenvolvida entre ambos desde 2008.

O disco chama-se Maria Bonita e Outras Veredas, deverá ser lançado em Novembro e é uma homenagem às mulheres na história e na literatura. Além da maria Bonita do título, diz-nos Leandro, entram outras personagens como “Diadorim, mais uma mulher guerreira, de Guimarães Rosa, Molly Bloom de James Joyce, Bibiana Terra de Érico Veríssimo, ou a Salamanca do Jarau, personagem de uma lenda do Sul do Brasil.”

O disco terá como convidados Ivan Lins, Vítor Ramil, Sérgio Santos e a portuguesa Maria João, que cantará Waterfalls, canção com música de André e letra de Leandro. “Escrevi-a depois de assistir a um show da Maria João e do Mário Laginha em Porto Alegre e fiquei extasiado, ao ponto de terminar o show e eu não conseguir me levantar da plateia. O André tinha-me enviado uma melodia e eu não conseguia escrever uma letra em português para ela, mas quando ouvi a Maria João cantando em inglês compus a letra inteira no mesmo dia. Mandei ao André e ele adorou. Ter a Maria João a cantá-la agora é um sonho.” E Leandro acabou por escrever uma versão em português. “A Maria João canta a versão inglesa integral e dividimos os vocais na canção em português.”

André Mehmari, nascido em Niterói em 1977, já juntou o seu piano ao de Mário Laginha e já teve António Zambujo a cantar num disco seu, Canteiro, de 2012, onde participou também, ao nível da composição, Tiago Torres da Silva. Para esse disco, Leandro escreveu várias letras. Agora é André que produz o disco de Leandro. E que o convida para o seu concerto de piano solo em Lisboa, onde abordará um repertório amplo, que vai de Pixinguinha e Ernesto Nazareth a Caetano Veloso, Elomar, Vadico, José Miguel Wisnik, Edu Lobo e Chico Buarque, Gismonti e até Lennon e McCartney. Isto além de temas de ambos, instrumentais ou não. “O repertório de facto é bastante amplo”, diz ao PÚBLICO André Mehmari, “porque a minha vivência musical também é bastante ampla e diversificada no Brasil. Ele reflecte a minha postura musical desde menino, ouvindo música clássica, popular, jazz, tudo ao mesmo tempo.” No meio do espectáculo, Leandro Maia tocará juntamente com André e, a solo, apresentará temas seus, como Palavreio, canção que deu título ao seu disco de estreia, em 2008.

“O concerto é essencialmente meu, em piano solo”, diz André, “com a participação especial do Leandro cantando algumas das nossas parcerias, umas que estão no disco ‘Canteiro’ e outras que estarão no disco novo.” Inéditos, portanto. Além disso, no final, quem for ao Museu da Música poderá ouvir talvez a canção Meia lágrima, parceria de Mehmari com Tiago Torres da Silva. Mais uma ponte, entre tantas, para celebrar.

O concerto está marcado para as 21h30 de sábado, 12 de Março, com entrada única a 5 euros.

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