Picasso, Matisses e Monet roubados na Holanda podem estar na Moldávia e Bélgica

O alegado cabecilha do grupo de romenos que roubou sete pinturas no valor de dezenas de milhões de dólares em Roterdão diz que revelará onde estão se julgamento for transferido para a Holanda.

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Eugen Darie, ao centro, e Radu Dogaru à direita, em Agosto à saída do tribunal Bogdan Cristel/REUTERS

O advogado de defesa dos seis suspeitos no caso do roubo de sete pinturas de mestres como Picasso ou Monet na Holanda disse esta terça-feira, dia em que se iniciou o seu julgamento em Bucareste, que cinco das obras estão no estrangeiro – “na minha opinião, na Moldávia”, afirmou Catalin Dancu, que indicou também que outras duas estarão na Bélgica. O alegado cabecilha do grupo de assaltantes voltou a ameaçar que só revelará o paradeiro das obras se o julgamento for transferido para a Holanda.

O roubo de 16 de Outubro de 2012 no centro de arte Kunsthal, em Roterdão (Holanda) está a ser julgado num tribunal de Bucareste, sendo os seus principais suspeitos de nacionalidade romena. Além dos repetidos pedidos de Radu Dogaru para que o julgamento tenha lugar na Holanda e não na Roménia, subsiste a dúvida quanto ao paradeiro ou mesmo existência das sete pinturas que estão a ser usadas como potencial moeda de troca num jogo de pressão judicial.

É que após a captura do grupo de cinco cidadãos romenos acusados do roubo, que foram filmados pelas câmaras de vigilância do Kunsthal a subtrair as pinturas que valem dezenas de milhões de euros, a mãe de Dogaru disse que queimou as telas no fogão para proteger o filho de uma acusação – e mais tarde retirou essa afirmação. Perante isto, as autoridades pediram ao Museu Nacional da História da Roménia que analisasse cinzas encontradas na casa da mulher e foram encontrados vestígios de pinturas a óleo que datarão do final do século XIX/início do século XX. Ainda assim, há opiniões divergentes quanto à veracidade das palavras da mãe do alegado assaltante.

Esta terça-feira, durante um intervalo do julgamento, o advogado Catalin Dancu disse à imprensa que cinco das sete pinturas estavam em trânsito para outro país “a leste. Na minha opinião na Moldávia”. Dancu disse que as outras duas pinturas roubadas estão na Bélgica. “Radu Dogaru recusou-se a dizer onde estão os cinco quadros. Radu disse: ‘Se os holandeses não querem ficar comigo, ninguém vê os quadros’. Radu não quer cooperar mais com as autoridades romenas porque não confia no sistema judicial na Roménia”, disse ainda Catalin Dancu, citado pela AFP. E acrescentou que o alegado cabecilha garantiu que nenhum dos quadros foi queimado.

Na madrugada de 16 de Outubro de 2012, dois homens entraram no museu holandês e em menos de dois minutos retiraram das paredes Cabeça de Arlequim (1971), de Pablo Picasso, Waterloo Bridge e Charing Cross Bridge de Claude Monet, Mulher diante de Uma Janela Aberta, de Paul Gauguin, Leitora em Branco e Amarelo, de Henri Matisse, Mulher com os Olhos Fechados, de Lucien Freud, e Auto-retrato de Meyer de Haan. Em Janeiro, a polícia romena deteve em Bucareste Radu Dogaru, Alexandre Bitu e Eugen Darie, que tentavam vender a pintura de Picasso. Seis pessoas foram acusadas do roubo mas apenas quatro estão a ser julgadas - uma delas continua a monte e outra foi libertada.

  

   
 

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