Pátios em rede, jornais de parede e outras ideias para Lisboa na Trienal

Além dos dez vencedores das Bolsas Crisis Buster, o Prémio Universidades foi para a instalação Fábrica dos Sonhos, de alunos do Royal College of Art

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O projecto Agulha num palheiro cria um Banco de Casas para Reabilitar DR
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Faça você mesmo, versão "low-tech" e sustentável DR
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O projecto "The Object that wanted to keep being itself" DR
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O jornal de parede O Espelho, nascido em 2012 quando da visita de Angela Merkel a Lisboa DR

São dez ideias para a cidade, de um jornal de parede a duas cozinhas comunitárias, passando por uma rede dos pátios de Lisboa ou por verbas para criar um grupo recreativo no Bairro Social da Horta Nova e requalificar a entrada sul do Bairro da Cova da Moura. E ainda há um roteiro dos restaurantes em risco de fecho na capital, um banco de casas degradadas, um laboratório público de ideias sustentáveis e workshops para reciclar ou reutilizar objectos comuns.

Algumas são para ficar, outras mais efémeras, mas todas receberam Bolsas Crisis Buster, atribuídas na noite desta sexta-feira pela Trienal de Arquitectura na celebração do seu primeiro aniversário na nova sede, o Palácio Sinel de Cordes. Os dez premiados recebem entre 2000 e 2500 euros para os projectos a realizar em torno do evento, que decorre entre 12 de Setembro e 15 de Dezembro sob o tema Close, Closer.

É por essas alturas, entre 19 e 22 de Setembro que um carro de bombeiros antigo, o 408 Pátio Unit, vai andar entre os diferentes tipos de pátio alfacinha (residenciais, com funções culturais ou sociais ou mais turísticos) para criar “uma plataforma de intercâmbio” entre eles. E não vai só estimular a interacção entre os residentes e visitantes — também vai vender gelados. Também na mesma altura, prolongando-se até Dezembro, O Espelho vai publicar dois números do seu jornal independente nas paredes e promover mesas- redondas nas universidades para discutir “cultura urbana, seus espaços e arquitectura”, como se lê em comunicado da trienal.

As Bolsas Crisis Buster financiam projectos cívicos em Lisboa e houve 152 candidatos de 19 países, na sua maioria portugueses (81), mas também alemães (15) e britânicos (12). Dos dez vencedores, só os projectos The Object that wanted to keep being itself (italiano), workshops com artesãos para criar peças recicladas e ensinar técnicas, e A Cozinha da Casa do Vapor (francês) que vai construir uma cozinha comunitária sustentável, não são portugueses.

O projecto Genius Loci vai convidar os visitantes da trienal a visitar restaurantes na zona, mas sem denunciar a sua situação financeira, ao mesmo tempo que montará um sistema de recolha de excedentes; o Agulha num Palheiro, do atelier de arquitectura Artéria, cria um Banco de Casas para Reabilitar para sistematizar a informação sobre elas; o Juventude na Street, de Inês Neto, lança um grupo recreativo para jovens, sobretudo raparigas, no Bairro da Horta Nova; e South Entrance, da Associação Cultural Moinho da Juventude, quer pôr hortas verticais, pinturas e bancos e mesa naquela entrada da Cova da Moura.

Há ainda o laboratório público, a montar num jardim de Lisboa durante três semanas para acolher três workshops “sobre técnicas de construção low-budget, inovadoras, ecológicas e do-it-yourself”, do Estúdio de Arquitectura Terrapalha, ou o novo site Mundo Mouraria, para a Cozinha Popular daquele bairro lisboeta.

Também esta noite, foi anunciado o vencedor do Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium BCP, atribuído ao projecto Fábrica dos Sonhos, trabalho de uma equipa de alunos de várias nacionalidades do Royal College of Art, de Londres, que, durante 25 dias, em Lisboa, vai explorar a dimensão dos sonhos. Como? Registando “os sonhos de um grupo alargado de pessoas” e, depois, dividindo em três uma instalação no Palácio Sinel de Cordes, conforme os diferentes estádios “da nossa aproximação e realização dos nossos sonhos”. Houve 48 candidatos a este prémio, vindos de dez países. 

  
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

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