Os franceses só verão online o filme de Ferrara sobre Strauss-Kahn

Welcome to New York, protagonizado por Gérard Depardieu, apenas será disponibilizado em video on demand

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Jacqueline Bisset e Gérard Depardieu são os protagonistas do filme inspirado no escândalo sexual que envolveu o antigo director do FMI DR

Welcome to New York, o filme de Abel Ferrara inspirado no caso Dominique Strauss-Kahn, antigo director do FMI acusado em Maio de 2011 de violar uma empregada de um hotel nova-iorquino, não será exibido nos cinemas franceses, revelaram os seus produtores. Em declarações ao Le Monde, Vincent Maraval e Brahim Chioua explicaram que o filme será disponibilizado por sete euros em video on demand após o Festival de Cannes, para o qual não foi até agora anunciado mas onde poderá ainda marcar presença.

“Em França, como a lei interdita a simultaneidade [de exibição] em sala e em vídeo on demand, escolhemos a internet”, explicaram os produtores, adiantado que o processo só será possível devido ao facto de o financiamento da obra ser “totalmente” americano e de “existir uma enorme expectativa à volta deste filme”.

Welcome to New York, protagonizado por Gerard Depardieu, enquanto Strauss-Kahn, e por Jacqueline Bisset, no papel de Anne Sinclair, a jornalista então mulher do homem forte do FMI, será alvo de intensa publicidade “em todas as plataformas online”, de forma a potenciar a grande curiosidade que vem gerando entre o público francês. Em França, 4.44 Último Dia na Terra, o filme anterior de Abel Ferrara, fez 20 mil espectadores em sala e teve três milhões de visionamentos no YouTube, revelou Vincent Maraval. “Isso obriga-nos a reflectir”, acrescentou.

Welcome to New York não é o único filme do realizador de Polícia sem Lei com estreia planeada para os próximos tempos. No final de Março terminou em Itália a rodagem de Pasolini, em que colocou William Dafoe a dar corpo aos últimos dias de vida do poeta, jornalista e, principalmente, realizador de filmes como O Evangelho Segundo São Mateus ou Decameron, assassinado em 1975 perto de Roma.

O autor ou autores do crime nunca foram descobertos, mas o caso foi reaberto pela polícia italiana há nove anos, após o aparecimento de novos dados. Os agentes poderão recorrer a Abel Ferrara. Foi, pelo menos, o que depreendemos quando nos deparámos com as declarações do realizador à imprensa italiana no final de Março: “Eu sei quem o matou”, afirmou com estrondo. Faltou concretizar. Pasolini, rodado em Itália, estará neste momento em fase de montagem em Bordéus.

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