Os Experimentar estão de passagem por Lisboa

Projecto musical que funde o electrónico com o tradicional açoriano toca hoje, sexta-feira, na Feira patrimonio.pt

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Tal como ilustra esta montagem fotográfica, a banda existe enquanto ponte entre tradição e modernidade DR

Os Experimentar, de nome completo O Experimentar Na M’Incomoda, regressam hoje a Lisboa para um concerto que dará abertura à Feira patrimonio.pt no Museu de Arte Popular. A banda, conhecida pela recolha e reinterpretação moderna de textos e música tradicional açoriana, irá tocar canções do seu último álbum, 2: Sagrado e Profano, juntamente com um tema novo interpretado por Mitó Mendes, vocalista d’A Naifa.

Quando não se tem muitas oportunidades para voltar a casa, todo o tempo é precioso. Quando telefonámos para Pedro Lucas, membro fundador da banda, este tinha acabado de chegar a Lisboa e desde início estabeleceu bem as suas prioridades. "A primeira coisa que fiz quando cheguei foi comer", disse. Cabe ao bom português ser bom garfo e musicalmente O Experimentar Na M’Incomoda não poupou também nas iguarias tradicionais da Região Autónoma dos Açores. 

O que começou com um álbum homónimo, lançado em 2010, com reinterpretações de trechos do artista açoriano Carlos Medeiros - o próprio nome do grupo bebe do seu álbum O Cantar Na M'incomoda, lançado em 1998 -, deu asas a um fenómeno maior, como registado no seu último lançamento, 2: Sagrado e Profano,  legitimado por uma produção ambiciosa de temas contagiantes, inspiradores de bailaricos futuristas.

Para além de Lisboa, os Experimentar têm concerto agendado para o dia 26 de Outubro no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada. No entanto, o concerto de hoje na Feira património.pt, que visa promover o sector do património cultural nacional, marca a sua primeira actuação do ano em Portugal. Isto porque O Experimentar Na M’Incomoda é um conceito ao sabor do vento. Embora de raízes açorianas, a residência actual dos membros da banda espalha-se pela União Europeia. Entre a Dinamarca, Itália e Suíça, cada um faz a sua vida, incluindo Pedro Lucas, que neste momento está à prestes a iniciar o seu mestrado em Copenhaga. “Nenhum de nós escolheu a música como carreira”, confessa.

Quanto a novos lançamentos, Pedro Lucas não pode adiantar nada, embora tenha algumas gravações em estúdio prestes a realizar. Uma delas envolve a co-produção do próximo projecto musical de Carlos Medeiros.

Para já, dedica-se ao seu repertório do álbum 2: Sagrado e Profano, lançado pela editora Ponto Zurca, e cujo Ípsilon destacou como um dos melhores álbuns pop de 2012. O concerto desta noite tem início às 21h. Os bilhetes custam 2 euros.

Além de Mitó Mendes, vocalista d’A Naifa, o concerto conta com a participação do realizador e músico Gonçalo Tocha. A formação da banda inclui, além de Pedro Lucas (guitarra eléctrica, laptop), Jácome Armas (laptop, didgeridoo), Miguel Machete (voz, percussões) e Pedro Gaspar (baixo, viola caipira). 

Quem passar pela Feira patrimonio.pt, que perdurará até dia 20, terá oportunidade de apanhar ainda um leque de artistas dentro da música folclórica portuguesa como o Grupo Folclórico da Região do Douro, o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova, o Rondó da Carpideira, e o grupo coral Os Bubedeiras.
 


 

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