O Museu do Louvre está fechado e a culpa é dos carteiristas

Perto de 200 segurança disseram "basta". Assaltos diários no museu, cada vez mais violentos, levam a paralisação de agentes.

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O Louvre tem perto de mil segurança ao seu serviço ALEXANDER KLEIN/AFP

O Museu do Louvre, um dos maiores e mais visitados do mundo, está fechado nesta quarta-feira devido à greve dos seguranças do espaço situado em Paris. Perto de 200 elementos de uma vasta equipa exige uma resposta contra os carteiristas que entram diariamente no museu e que atacam os visitantes de uma forma cada vez mais violenta.

Esta não é a primeira vez que os seguranças do Louvre – perto de mil, 470 em média presentes diariamente – e a própria direcção do museu se indignam com a situação. Em Dezembro de 2012, foi apresentada uma queixa no Ministério Público a exigir o reforço policial para responder aos ataques de carteiristas.

Nesta quarta-feira, a direcção do Louvre anunciou o encerramento do museu, que recebe anualmente a visita de dez milhões de pessoas. O fecho foi justificado com o “direito à greve” de 200 dos seus seguranças.

“Os serviços de justiça e da polícia estão mobilizados”, indicou uma porta-voz do Louvre à agência AFP, acrescentando que estão a decorrer reuniões para que seja criado um dispositivo de segurança eficaz para o museu.

Actualmente, o Louvre tenta impedir o acesso ao museu a carteiristas que já se encontrem identificados, mas isso não é suficiente, como explicou à AFP a delegada sindical Christelle Guyader. Segundo a representante do SUD, os agentes de segurança “vão trabalhar com medo por serem confrontados com grupos organizados de carteiristas que são cada vez mais agressivos, incluindo menores, que entram gratuitamente no museu e mesmo depois de serem interpelados pela polícia regressam dias mais tarde”.

Ainda de acordo com a sindicalista, os seguranças afirmam ser alvo de insultos, ameaças e ataques pelos que roubam os visitantes. Apesar de várias queixas apresentadas à direcção do museu pelos agentes e próprios visitantes – pelo menos 150 queixas foram apresentadas por particulares, segundo números do Louvre -, “nada surtiu efeito”, segundo Christelle Guyader.

Sophie Aguirre, segurança no museu e sindicalista no SUD, sublinhou à AFP que os assaltos no museu e nas imediações do Louvre são frequentes e “casa vez mais violentos”. Deu o exemplo de um dos seus colegas, que num domingo foi forçado a encerrar uma das salas do museu depois de um casal de carteiristas ter ali entrado e roubado visitantes. Os dois carteiristas voltaram ao museu uma semana depois.

Além da greve contra a falta de segurança, os agentes dirigiram-se para o Ministério da Cultura francês para um encontro entre representantes dos trabalhadores e um responsável da tutela. O resultado do encontro não era ainda conhecido na tarde desta quarta-feira.
 

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