Morreu Sir Colin Davis, para quem "Mozart era a própria vida"

Sir Colin Davis foi maestro principal da Orquestra Sinfónica de Londres que presidia desde 2007. O músico britânico morreu este domingo à noite. Tinha 85 anos.

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Sir Colin Davis em 2001 quando esteve no Porto e dirigiu a Orquestra de Jovens da União Europeia Nelson Garrido

Sir Colin Davis esteve mais de meio século com a Orquestra Sinfónica de Londres que, na sua página oficial, lembra “o imenso contributo” do maestro para a vida musical britânica. Sir Colin Davis começou por dirigir a orquestra em 1959, foi seu maestro principal em 1995, passando doze anos depois a presidi-la. O músico e maestro, reconhecido internacionalmente pelas suas interpretações de Berlioz, Sibelius, Beethoven e Mozart, sofria de uma doença não especificada. Morreu este domingo aos 85 anos.

Sir Colin Davis passou pela direcção da Orquestra Escocesa da BBC, da Sadler’s Wells Opera House e da Sinfónica da BBC, foi também nomeado maestro titular da Royal Opera House – Covent Garden em 1971, será lembrado pelas suas interpretações de Mozart, Beethoven e Sibelius mas também, e sobretudo, do compositor francês Hector Berlioz às quais se dedicou especialmente.Também esteve à frente da Orquestra Sinfónica da Rádio da Baviera e foi maestro convidado principal da Filarmónica de Nova Iorque.

Nasceu em 1927 no Surrey, em Inglaterra e, desde cedo, soube que queria ser músico. Nesse caminho, persistiu apesar dos conselhos de professores que viam nele um brilhante aluno de biologia e química. O pai era funcionário bancário e foi um tio, com bastante dinheiro, que o ajudou nos estudos de música. Escolheu o clarinete. Mas costumava dizer, lembra o jornal The Guardian: “O piano é a própria vida.”

Recebeu várias distinções dentro e fora do Reino Unido e ordenado cavaleiro da Ordem do Império Britânico pela Rainha Isabel, em 1980. Entre muitos outros prémios, recebeu a Medalha de Ouro da Sociedade Filarmónica Real.

Esteve em Lisboa, pela última vez, em 2008 para, com a histórica Orquestra Sinfónica de Londres, interpretar obras de Shubert e Bruckner no âmbito do Ciclo das Grandes Orquestras Mundiais no Coliseu dos Recreios no quadro da temporada da Fundação Gulbenkian. E aí, mais uma vez, a crítica lembrou o seu rigor e respeito pela música.  

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