Morreu o poeta mexicano José Emilio Pacheco

Figura central da vida literária e cultural do México, foi Prémio Cervantes em 2009.

Foto

O escritor e poeta mexicano José Emilio Pacheco morreu no domingo na cidade do México, aos 74 anos, anunciou na segunda-feira a sua filha Laura Emilia Pacheco.

"Morreu tranquilo, morreu em paz", disse a filha, ao referir que a morte foi causada por uma paragem cardiorrespiratória pelas 18h30 de domingo (00h30 de segunda-feira, em Lisboa). José Emilio Pacheco tinha sido hospitalizado no dia anterior na capital mexicana.

Segundo o jornal espanhol El País, desapareceu um dos escritores contemporâneos mais importantes da língua espanhola, ou, por outras palavras, um "dos grandes poetas latino-americanos das últimas décadas". O mesmo jornal cita o escritor Carlos Fuentes, outra referência das letras espanholas, que em 2009, no ano em que Pacheco foi distinguido com o Prémio Cervantes, escreveu: “A sua obra é universal, e participa da glória das letras de todos os tempos."

José Emilio Pacheco escreveu, entre outros títulos, Los Elementos de la Noche (1963), El Reposo del Fuego (1966), Irás y no Volverás (1973), Islas a la Deriva (1976), Desde Entonces (1980), Trabajos en el Mar (1983), El Silencio de la Luna (1995), Siglo Passado (2000), En Resumidas Cuentas (2004) e Como la Lluvia (2009). Alta traición, um dos seus poemas, é uma porta para entender a cultura mexicana e os sentimentos contaditórios que gera em muitos mexicanos, continua o El País.

Na ficção, assinou El Viento Distante y Otros Relatos (1963), Morirás Lejos (1967), El Principio del Placer (1972), As Batalhas no Deserto (1981, editado em Portugal, em 2006, pela Oficina do Livro, com tradução de Luísa Diogo e Carlos Torres) e Tarde de Agosto (1992).

Membro do Colégio Nacional mexicano desde 1986 e criador emérito em 1994 do Sistema Nacional de Criadores Artísticos (SNCA), Pacheco foi director e editor de colecções bibliográficas e de diversas publicações e suplementos culturais.

O escritor deu aulas em universidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido e foi ainda investigador do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

Além do Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana (2009), outros galardões distinguiram o escritor mexicano: Prémio Nacional de Jornalismo Literário (1980), Prémio Nacional pela trajectória ensaística Malcolm Lowry (1991), Prémio Nacional de Linguística e Literatura (1992), Prémio Ibero-americano de Letras José Donoso (2001) e Prémio Internacional Octavio Paz de Poesia e Ensaio (2003).


 
 

Sugerir correcção
Comentar