Morreu o actor Mickey Rooney, estrela infantil de Hollywood

Actor norte-americano morreu em casa aos 93 anos.

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O actor morreu aos 93 anos Reuters
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Com Elizabeth Taylor Reuters
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o actor com a Rainha de Inglaterra em 2007 Reuters
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Na sua casa com alguns dos prémios que ganhou ao longo da sua carreira Reuters
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O actor norte-americano Mickey Rooney, estrela infantil de Hollywood dos anos 1930 e 1940, morreu no domingo em sua casa. A notícia foi avançada pelo site TMZ e confirmada pelo filho do actor, Michael Joseph Rooney,ao New York Times.

Nascido Joseph Yule Júnior a 23 de Setembro de 1920, em Brooklyn, Nova Iorque, o actor cresceu em Hollywood ao lado de nomes como Elizabeth Taylor, que morreu em 2011, e Roddy McDowall (1928-1998). Rooney admitia ter sido forçado pela fama a crescer depressa. Aos 30 anos dizia sentir-se com 100, mas nunca chegou a abandonar o mundo do espectáculo vivendo o seu lema "never retire but inspire" (nunca me reformar, mas inspirar). 

Com mais de 88 anos de carreira no cinema americano, nos últimos anos, Rooney participou em filmes como Uma Noite no Museu (2006) ou Os Marretas (2011). No passado mês de Março, Rooney participou nas rodagens de Uma Noite no Museu 3. O produtor do filme, Shawn Levy, escreveu no Twitter, em reacção à notícia da sua morte, que o actor era "uma lenda, obviamente, mas algo mais: grato, gracioso, vigoroso e afável."

A sua estreia no mundo do espectáculo aconteceu aos 17 meses de idade num musical e aos seis anos participou pela primeira vez num filme - Not to Be Trusted (1926) - usando o nome Mickey McGuire. Durante a infância, enquanto gravava filmes atrás de filmes, a sua educação acontecia na Hollywood Professional School, uma escola especializada em ensinar os pequenos actores tal como Judy Garland, sua grande amiga e com quem protagonizou filmes como Andy Hardy Apaixona-se (1938). Em 1934, fechou contrato com a Metro Goldwyn Mayer (MGM), produtores de grandes êxitos de bilheteira nesta década, e tornou-se uma estrela. Já com o nome por que hoje o reconhecemos, no espaço de dez anos fez mais de 30 filmes em que não era apenas actor, mas também músico, cantor e bailarino.

Foi nomeado quatro vezes para os Óscares com filmes como De Braço dado (1939), A Comédia Humana (1943), Os Bravos também amam (1956) e O Cavalo Preto (1979), mas apenas ganhou Óscares pela sua carreira: como actor infantil em 1939, quando ainda se distinguia separadamente os mais jovens, e o Óscar honorário aquando dos seus 60 anos de carreira, em 1982.

Nos anos 1940, abandonou a MGM e tentou erguer a sua própria produtora, mas os seus filmes de série B - alguns produzidos e realizados por si, como The Twinkle in the God's Eye (1955) ou The Private Lives of Adam and Eve (1960) - não tiveram sucesso e trouxeram-lhe dívidas. Quando precisava de dinheiro actuava em Las Vegas, conta na autobiografia de 1991 Life Is Too Short (a vida é demasiado curta). "Eu era um sucesso no casino Riviera, onde ganhava 17 500 dólares [cerca de 12 700 euros] por semana e perdia o dobro nas mesas de jogo", escreve.

Rooney casou-se em 1942, aos 21 anos, com a actriz Ava Gardner (1922-1990) de 19 anos, mas o casamento acabou um ano depois por causa das suas infidelidades. Teve ainda outros sete casamentos e questionado sobre se voltaria a casar-se com as suas ex-mulheres respondeu "claro. Eu amei cada uma delas". Apesar do amor, divorciou-se seis vezes e entre as razões de todos os divórcios estava o temperamento de Rooney, que o levava, por vezes, a deixar a família durante dias ou até semanas. 

A par da vida sentimental agitada, a carreira de Mickey Rooney no cinema decaiu assim que começou a crescer. Os papéis de criança que cantava, dançava e brincava nos ecrãs com Judy Garland, Esther Williams ou Lana Turner já não lhe serviam e, em 1962, durante o seu quinto casamento, com Barbara Thomason, aspirante a actriz, Rooney declarou falência. Nesta época já Mickey Rooney tinha o seu historial de adição a drogas, álcool e medicamentos. Em 1959, ao aparecer alcoolizado no programa de televisão americano The Tonight Show, a plateia aplaudiu quando Jack Paar, o apresentador, pediu ao autor que saísse do estúdio. Enquanto isto, Mickey Rooney era visto no grande ecrã em maus filmes como Everything's Ducky (1961), em que contracena com um pato.

A sua vida ganhou estabililidade aquando do seu oitavo e último casamento com a cantora Jan Chamberlin, em 1978. Por essa altura estreou o musical Sugar Babies, na Broadway, em cena durante três anos e em digressão durante quatro. Carol Channing, de 93 anos, actriz e sua colega neste projecto, relembra num comunicado publicado pelo site The Hollywood Reporter esses tempos. "As suas histórias eram irresistíveis e eu adorava-as. Passávamos o tempo a rir."


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