Morreu Janos Starker, aristocrata do violoncelo

O professor e violoncelista húngaro Janos Starker, considerado um dos mais importantes do século XX, morreu no domingo aos 88 anos no Indiana, Estados Unidos, anunciou esta segunda-feira o Théatre de la Ville, em Paris, sala que o recebeu diversas vezes.

Foto
Janos Starker tinha 88 anos Cortesia: Jacobs School of Music

“Aristocrata do violoncelo e músico imenso […], Starker deixou-nos discos míticos e alunos em todo o planeta”, publicou no Twitter o violinista Renaud Capuçon.

Reconhecido como um mestre incontestado e um dos melhores professores no seu instrumento, formou alguns dos mais intérpretes mais relevantes da actualidade, como Marc Coppey, Raphaël Pidoux e Lluís Claret.

Nascido a 5 de Julho de 1924, Janos Starker foi uma criança-prodígio. Começou a tocar violoncelo aos seis anos e ingressou na prestigiada academia Franz-Liszt, de Budapeste, onde Bartók trabalhava. Em seguida juntou-se à filarmónica e à orquestra da ópera da capital húngara, chegando a ocupar, como seria de esperar, o lugar de primeiro violoncelo.

Durante a segunda guerra mundial, Starker perde quase todos os que lhe eram próximos e chega aos Estados Unidos em 1948 (tinha nacionalidade norte-americana), passando a tocar em várias formações: primeiro a sinfónica de Dallas, depois a orquestra da Metropolitan Opera, em Nova Iorque, e a sinfónica de Chicago. Dez anos mais tarde, torna-se professor da Jacobs School of Music da Universidade do Indiana, em Bloomington, e começa a viajar pelo mundo, dirigindo uma série de masterclasses e workshops.

Com um dos seus amigos, o pianista György Sebök (1922-1999), húngaro e judeu como ele, gravou numerosos discos. Starker esteve em cerca de dez concertos no Théatre de la Ville entre 1989 e 2000, uma vezes a solo, outras com Sebök. 

Notícia corrigida no dia 30 de Abril, às 12h50. Renaud Capuçon é violinista e não violoncelista. 

Sugerir correcção
Comentar