Morreu Frankie Knuckles, lenda da música house

Pioneiro da música house e da moderna música de dança nos anos 1970 e 1980, o seu nome haverá de ficar para sempre ligado à cidade de Chicago.

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Frankie Knuckles em 2008, num festival em Barcelona Gustau Nacarino/Reuters
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Frankie Knuckles em 2008, num festival em Barcelona Gustau Nacarino/Reuters

O DJ e produtor americano Frankie Knuckles, lenda e pioneiro da música house nos anos 1970 e 1980, morreu esta segunda-feira, anunciou o promotor de há muitos anos, Frederick Dunson.

Não são ainda conhecidas as razões da sua morte, embora se soubesse que sofria de diabetes. Ainda há dois dias havia actuado no conhecido clube Ministry Of Sound de Londres. Tinha 59 anos.

Nasceu em Nova Iorque, onde começou como DJ ao lado de outra lenda, Larry Levan, mas o seu nome haverá de ficar ligado para sempre a Chicago. Foi aí, a partir de 1977, que se viria a tornar no DJ residente do clube The Warehouse, acabando por se transformar num dos principais rostos da legitimação e popularização da música house. A designação house surge precisamente nessa altura: ou seja, house, era a música que Knuckles passava no The Warehouse.

A moderna música de dança nasceu ali, numa mistura de linhas de baixo da música “disco”, alguma soul e pop electrónica europeia e batidas de temas reforçadas por uma caixa de ritmos Roland TR-909. Em 1983 acabou por se mudar para o seu próprio clube, o Power Plant.

Quando a música house de Chicago começou a ficar conhecida globalmente, entre 1986 e 1987, regressou a Nova Iorque, formando a Def Mix Productions com David Morales, começando a trabalhar em remisturas para algumas das maiores celebridades pop da época como Michael Jackson ou Diana Ross.

Alguns dos seus trabalhos como produtor mais conhecidos são Your love (1985), Baby wants to ride (1997), You Got the Love (1985), todos eles com voz de Jamie Principle, ou The whistle song (1991), pertencente ao seu primeiro álbum, Beyond The Mix. Apesar da popularidade da música house nesses anos, as grandes editoras não apostavam muito no género e o seu segundo álbum, Welcome To The Real World, só sairia quatro anos depois.

Acabou por ser através de compilações, singles e principalmente remisturas (para nomes como Michael Jackson, Diana Ross, Chaka Khan, Whitney Houston, Pet Shop Boys ou Hercules & Love Affair) que se foi afirmando ao longo dos anos, para além da actividade de DJ, que nunca deixou.

Em 1997 ganhou um Grammy para Remisturador do ano. Em 2005 passou a integrar o Dance Music Hall of Fame e existe uma rua em Chicago com o seu nome desde 2004. Nesse mesmo ano, o 25 de Agosto foi proclamado Frankie Knuckles Day, pelo então senador do estado do Illinois, Barack Obama. Desde os anos 1990 actuou em Portugal por diversas vezes.

Entretanto inúmeras mensagens de pesar vão sendo deixadas nas redes sociais por figuras que com ele privaram. É o caso do também DJ e produtor David Morales que escreveu estar "devastado por escrever que o meu querido amigo faleceu hoje."

O também americano Carl Craig limitou-se a escrever "não acredito que Frankie Knuckles morreu", enquanto outro pioneiro do tecno de Detroit, Derrick May, afirmou que era "um dia escuro", reforçando que "ele sempre foi um tipo decente, sempre teve bons conselhos para dar”.

Também Questlove dos The Roots o referenciou, dizendo que "ele era o DJ que os DJs aspiravam ser. Um verdadeiro pioneiro da dança."


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