Liceu Diogo Gouveia, em Beja, classificado monumento de interesse público

O edifício inaugurado em 1936 foi considerado pela portaria que determina a classificação como “uma das primeiras e mais puras obras do Modernismo português".

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Liceu Diogo Gouveia António Carrapato

Inaugurado em 1936, o edifício é “uma das primeiras e mais puras obras do Modernismo português, notabilizando-se pelo despojamento ornamental aliado às formas que o uso do betão permitiu explorar e pela assimetria da planta, determinada por questões práticas”.

Além do seu “carácter pioneiro e exemplar” dentro do Modernismo português, o Liceu Diogo de Gouveia é “testemunho de uma crescente afirmação de modernidade”, que começou a estender-se para além dos grandes centros urbanos, abrangendo, aos poucos, todas as regiões do país.

Do conjunto arquitectónico do imóvel, a portaria destaca a "imponência maciça do betão da fachada principal, ritmada por grandes vãos envidraçados, as coberturas em terraços de betão, que se articulam entre os diferentes edifícios, e os elementos decorativos exteriores, paradigmáticos do movimento modernista, o relógio e a designação do liceu em alto-relevo”.

No vestíbulo do piso térreo “pode admirar-se um painel de azulejos policromos da Fábrica Viúva Lamego, pintado por Eduardo Leite segundo cartão de Dórdio Gomes, representando uma cena de cariz regionalista”.

Segundo a portaria, a classificação do Liceu Diogo de Gouveia como monumento de interesse público reflecte os critérios constantes na lei relativos ao carácter matricial, ao valor estético, técnico e material intrínseco, à concepção arquitectónica e urbanística e à extensão do imóvel e ao que “nela se reflecte do ponto de vista da memória colectiva”.

No imóvel funciona a Escola Secundária Diogo de Gouveia, cujos edifícios, entre 2009 e 2011, foram alvo de obras de remodelação e ampliação, no âmbito do Programa de Modernização do Parque Escolar.
 

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