Katy Perry acusada de blasfémia por causa de vídeo de Dark horse

No vídeo, um homem com um pendente com a palavra Alá inscrita é reduzido a areia. Foi considerado blasfemo e levou a que surgisse uma petiçao para eliminar Dark horse do YouTube.

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Vídeo de Katy Perry para Dark Horse indigna cibernautas muçulmanos

Aparentemente, a cantora Katy Perry já não se vai casar com o guitarrista John Mayer, como a imprensa de celebridades vinha especulando, mas não é disso que se fala quarta-feira quando se fala de Katy Perry. Dark horse, o seu novo single, extraído do quarto álbum da sua carreira, Prism, está em primeiro lugar nas tabelas de vendas americanas. Mas também não é exactamente disso que se fala. Por 50 mil razões, falamos de blasfémia. É precisamente de blasfemar o nome de Alá que é acusada Katy Perry numa petição, alojada no site Change.org, que tinha atingido as 50 mil assinaturas na tarde de quarta-feira.

A razão para a indignação surge aos 1m15s do vídeo em que Perry surge, num cenário que é uma versão kitsch do Antigo Egipto, como rainha que vai recusando um a um os pretendentes que lhe fazem as maiores oferendas. No momento em que o primeiro está prestes a ser reduzido a pó, vê-se entre os muitos pendentes que carrega ao peito um com “Alá" inscrito em caracteres árabes – e também o pendente será destruído, tal como o homem.

O autor da petição, Shazad Iqbal, de Bradford, Inglaterra, solicita que o vídeo seja retirado do YouTube, por nele ser incluída uma “representação de blasfémia”. Segundo Iqbal, “pessoas de todos quadrantes da vida, de diferentes religiões e de diferentes parte do mundo, concordam que o vídeo promove a blasfémia”, escreveu, antes de concluir que “usar o nome de Deus de uma forma irrelevante e de mau-gosto seria considerado inapropriado por qualquer religião”.

Lançado online a 20 de Fevereiro, o vídeo acumula até ao momento cerca de 30 milhões de visualizações. Os assinantes da petição, maioritariamente do Reino Unido, mas espalhados pelo mundo inteiro, reclamam daquilo que consideram a inconsciência da indústria musical. É o caso de Zainab Shafiq, de Stockton-On-Tees: “Não é tolerável [o vídeo] e o meu único pedido é para todos os artistas na indústria musical. Vocês têm riqueza, fama e sucesso. Por favor, não usem os alicerces de outras religiões enquanto paródia para continuarem a ter sucesso” . Unik Salihu, da Suécia, é mais dramático: “Como muçulmano, considero isto uma vergonha. Quer ela começar uma guerra contra os muçulmanos? Este vídeo é insultuoso e precisa de ser retirado antes que algo aconteça”.

Há alguns meses, Katy Perry, filha de um pastor pentecostal mas que, actualmente, se diz afastada da religião organizada, provocara igualmente um escândalo de redes sociais, quando a sua aparição no palco nos American Music Awards, inspirada no universo das geishas, foi atacada como ofensiva para a cultura japonesa. “Estava apenas a tentar fazer uma performance muito bonita, inspirada num lugar pelo qual tenho tanto amor e onde encontro tanta beleza”, afirmou na altura à GQ.

Quanto à petição agora lançada, não há para já qualquer comentário, quer por parte da cantora, quer por parte do YouTube.

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